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Como a Ucrânia está a deixar a Rússia quase sem petróleo. Exportações de combustíveis atingem "mínimos quase históricos"

A Ucrânia assumiu a indústria de petróleo russa como um alvo legítimo dos ataques contra Moscovo. Desde o início do ano, as forças ucranianas já atingiram mais de 12 refinarias em nove regiões russas - e as consequências estão à mostra

A Ucrânia tem vindo a lançar uma onda de ataques com drones contra as refinarias de petróleo no território russo, o que está a levantar grandes problemas a Moscovo, que se confronta agora com a escassez de combustível não só garantir os seus esforços de guerra, mas também para manter as exportações de petróleo.

Segundo o POLITICO, que cita números oficiais do Kremlin, os preços do diesel dispararam para os consumidores russos, subindo 10% na semana passada. Mas não foi só o diesel que subiu: também o preço da gasolina atingiu o valor máximo dos últimos seis meses, aumentando mais de 20% desde o início do ano. 

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Esta é a consequência dos ataques ucranianos contra refinarias de petróleo russas, que o exército de Kiev classifica como alvos de guerra legítimos. Ainda na quarta-feira, duas refinarias da Rosneft, situadas a cerca de 500 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, ficaram fortemente danificadas na sequência de ataques com drones ucranianos. Desde o início do ano, segundo o POLITICO, as forças ucranianas já atingiram assim mais de 12 refinarias em nove regiões russas.

Como resultado, a Rússia, um dos maiores exportadores de petróleo do mundo, viu-se obrigada a reduzir as exportações de combustíveis para "mínimos quase históricos", como descreve o POLITICO, que indica que só na semana passada Moscovo exportou mais de 712 mil toneladas de diesel, em contraste com as 844 toneladas exportadas no período homólogo de 2023.

Philip Ingram, ex-oficial dos serviços secretos britânicos, assinala que esta estratégia é "uma ótima maneira de aliviar a pressão das linhas de frente" na Ucrânia, além de ter consequências pesadas para a economia russa, uma vez que, embora a maioria dos países ocidentais tenha deixado de importar petróleo russo, como gasolina e gasóleo, os Emirados Árabes Unidos, a par com vários países da América do Sul e do Norte de África, continuam a comprá-lo, muitas vezes para o reexportar.

Marina Shagina, especialista em economia russa do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, sugere ao POLITICO que estas "sanções físicas" cometidas pela Ucrânia à Rússia "podem acelerar as sanções reais".

“Kiev descobriu que a vulnerabilidade tecnológica de Moscovo e os ataques de drones ucranianos às refinarias russas aceleram o impacto das sanções ocidentais", conclui.

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