Já fez LIKE no CNN Portugal?

Um ano desde a libertação de Bucha. Zelensky garante que "punirá todos os criminosos"

Em 33 dias de ocupação morreram mais de 1.400 pessoas. Presidente da câmara da cidade garante que "dias de ocupação" mudaram a população "para sempre"

A Ucrânia assinala esta sexta-feira um ano da libertação de Bucha, a cidade a norte de Kyiv que esteve ocupada pelos russos durante 33 dias, com o presidente ucraniano a garantir que a Ucrânia "punirá todos os criminosos" pelas atrocidades cometidas em Bucha.

"Bucha e o distrito de Bucha. 33 dias de ocupação. Mais de 1.400 mortes, incluindo 37 crianças. Mais de 175 pessoas foram encontradas em valas comuns e câmaras de tortura. 9.000 crimes de guerra russos. 365 dias desde que é um território ucraniano livre mais uma vez. Um símbolo das atrocidades do exército do país ocupante. Nunca iremos perdoar. Iremos punir todos os criminosos", escreveu o presidente ucraniano.

PUB

Por sua vez, o presidente da câmara da cidade, Anatolii Fedoruk, lembrou que durante os 33 dias de ocupação, a população foi "aterrorizada".

"Durante 33 dias, a comunidade de Bucha esteve sob ocupação russa. As nossas aldeias - Blystavytsia, Syniak, Havrylivka, Zdvyzhivka, Lubianka, Myrotske - foram as primeiras a ser atingidas. Durante 28 dias de ocupação, o inimigo feroz aterrorizou a população civil de Bucha".

Fedoruk descreve ainda que "os dias de ocupação" mudaram a população "para sempre, no interior". 

"Recordamos o nome de todos os habitantes de Bucha cuja vida foi tirada por inimigos impiedosos. Apesar de toda essa dor, sobrevivemos unidos e continuamos a trabalhar para reconstruir a cidade destruída e regressar à vida pacífica".

PUB

Também o procurador-geral da Ucrânia considerou que estas eram "números horríveis" e que "foi a primeira vez que todos vimos provas da dimensão sem precedentes das atrocidades do inimigo".

Numa declaração individual nesta sexta-feira, Andrii Kostin garantiu, à semelhança de Zelensky, que a Ucrânia não vai "parar até que todos os organizadores e criminosos dos crimes de guerra sejam condenados".

A procuradoria notificou quase 100 oficiais militares russos por suspeita de terem cometido crimes de guerra em Bucha, com acusações contra 35 já enviadas a tribunal, de acordo com a declaração. 

Em abril de 2022, a missão da ONU em Bucha documentou a morte de cerca de 50 pessoas, incluindo por execução sumária. A equipa de investigadores do Alto Comissariado para os Direitos Humanos encontrou ainda provas de violência sexual, bombardeamento indiscriminado de áreas e infraestruturas usadas por civis e a detenção, maus-tratos, tortura e assassínio de civis e prisioneiros de guerra por ambas as partes em conflito. 

PUB