Azeite a 10€: o segredo está na água

Azeite a 10€: o segredo está na água

O preço do azeite está pela hora da morte - mas o seu negócio está nos melhores dias da vida. E esta é uma história de agricultores que se tornaram empresários, numa terra onde mesmo quando não chove não falta água.

Pedro Santos Guerreiro e António Prata

 

Chegamos pela fresca, num sol dezembrino frio, e encontramos já a cancela de entrada a subir e descer como se estivesse a cortar pão: são nove da matina e é um corrupio de camiões chegando ao lagar baixo-alentejano. Trazem carradas de azeitonas verdes, triliões de berlindes ovalados de jade, estão fresquíssimas, vivíssimas, parecem saltar, foram apanhadas das oliveiras não há meia hora. As que vêm do olival intensivo foram varejadas e trazem muita folha agarrada, serão lavadas logo após a descarga; as outras, do superintensivo, vêm ao léu, nuas sem folha que lhes oculte o viço, são entornadas do camião para as esteiras velozes. “Entre a apanha e o fim da operação não chega a 12 horas”, garante Pedro Marques, administrador do lagar, “assim não perdem qualidades”. Haveremos de confirmá-lo: dali a bocado sairão outros camiões com cisternas cheiinhas daquele óleo verde translúcido, azeite a granel digno de transfusões para o Incrível Hulk.

O Lagar do Vale, em Serpa, é um dos maiores da Península Ibérica. Há dias em que aqui são operados 2,5 milhões de quilos de azeitona provenientes de vários olivais da região - já são poucos os olivais tradicionais e mesmo os intensivos estão a ser escalados para superintensivos. É o caso do olival onde começaremos este episódio do As Pessoas Não São Números (que pode ver em baixo), fica em Baleizão, terra para sempre avermelhada pelo sangue de Catarina Efigénia Sabino Eufémia, que há de ser relembrada nos cinquent’anos da revolução por há setent’anos se ter rebelado e ter recebido morte “provocada pela pistola-metralhadora do sr. Tenente Carrajola”, assim se noticiou então, em 1954 quem botava contra o regime padecia de morte causada não por pessoas mas pelas suas armas animadas.

Olival em sebe em Baleizão. Um mar verde-pálido a perder de vista (Imagem drone TVI)
Olival em sebe em Baleizão. Um mar verde-pálido a perder de vista (Imagem drone TVI)

O drone lá ao nível das águias-de-bonelli mostra-nos um mar verde-pálido a perder de vista, só neste olival são uns duzentos hectares de oliveiras, sebes quilométricas, paralelas na terra como rastas no cabelo, as ramadas dobradas pelos hiperprodutivos cachos de azeitonas que este ano têm mais peso de água por causa das chuvas tardias de outubro. Cá em baixo, sobre a terra, sulcam pela estrada acastanhada de lama mais dois camiões, mas estes são de outra espécie rara, são as máquinas colhedoras, auto propulsadas, troam como blindados de combate e galgam como hipopótamos pernaltas, elevados acima dos três metros para sacudirem entre as pernas as oliveiras prenhes que saem por trás já desfrutadas, é como quem engole um peixe inteiro e devolve a espinha ao prato.

Máquinas colhedoras no olival superintensivo. Imagem TVI
Máquinas colhedoras no olival superintensivo. Imagem TVI

Não é qualquer um que mete as mãos nos volantes destas feras, a operação parece bruta mas é delicada, é preciso mandar vir quem saiba e é por isso que estes dois transformers têm mastro com bandeira do Chile: os tratoristas vêm da terra de Nicanor Parra, que em poemas e antipoemas se proclamou uma mistura “de vinagre y de aceite de comer / ¡Un embutido de ángel y bestia!”. Há algo de Ode Triunfal no galope deste “enchido de anjo e besta”, mas o que a nossa vista alcança é bem mais que oliveiras e camiões: é maquinaria pesada, tecnologia de campo, de rega, de ponta, é investimento e, sim, são exemplos de gestão, tensões ambientalistas e uma lição concentrada de economia. É empresarialização no sector primário e foi afinal isso que nos trouxe ao Alentejo. Isto:

o azeite está a 10, 11, 12 euros o litro nos supermercados e viemos saber porquê, se vai descer ou subir mais, e para onde vai este dinheiro.

A métrica estatística diz que é um aumento de 70% num ano, a impressionável vista desarmada até especula que será mais. Tanto que há mais contrafação, mais falsificação, mais garrafinhas de 0,5 lts para gastar menos dinheiro à vez e mais garrafões de 5,0 lts para sair mais barato de vez, há até novos lugares-comuns e novas piadas de restaurante, “este ‘ouro verde’ é para galheteiros acorrentados às mesas, ah ah ah”.

Como aconteceu tudo isto? A resposta rápida é fácil mas atrás dela encontraremos outras mais interessantes e desenharemos ainda uma tese no final. Para já, a resposta rápida:

dois anos consecutivos de seca em Espanha – o maior produtor mundial, com sete vezes a área de olival português – deceparam-lhes mais de meia produção e agora eles estão a comprar-nos o azeite a preço de doidos. Portugal, que vai para dez anos é autossuficiente e até consome menos de metade do azeite que produz – é grande exportador e o preço é definido internacionalmente. Por Espanha, portanto. E sim, também em Portugal faltou chuva mas aqui na raia não faltou água: o Alqueva fez do sequeiro regadio, com uma produção a trote e uma qualidade de relincho. Como soe dizer-se nas redes sociais: “e é isto”. Se quiser, pode abandonar aqui o texto, já basta para responder à pergunta rápida. Para descobrir mais, continue por favor.

 

Construíram-no, porra!

Vista aérea do Alqueva. O projeto foi aprovado em 1975 e as obras começaram em 1976. Mas pararam, arrastando o projeto durante décadas. Em 1994, um grupo de jovens socialistas pintou na parede da obra uma frase que ficaria célebre: "Construam-me, porra". A barragem seria inaugurada em 2004. (Imagem TVI).
Vista aérea do Alqueva. O projeto foi aprovado em 1975 e as obras começaram em 1976. Mas pararam, arrastando o projeto durante décadas. Em 1994, um grupo de jovens socialistas pintou na parede da obra uma frase que ficaria célebre: "Construam-me, porra". A barragem seria inaugurada em 2004. (Imagem TVI).

A construção da barragem do Alqueva mudou tudo, numa agricultura sujeita a um clima alentejano em que “a única regularidade é a sua absoluta irregularidade”, testemunha Luís Mira Coroa, produtor local. “Não há um ano igual ao outro. Nunca houve, não é de agora”.

A oliveira é daqui, é uma planta autóctone desta região mediterrânica, se nada se fizer, ela nasce brava pelos campos. Mas faz-se – e faz-se muito. “Nós estamos a ajudá-la um bocadinho, a enganá-la, a fazer de todos os anos um ano de chuva, e é por isso que elas produzem mais e conseguimos aumentar a densidade”, explica Luís Mira Coroa. “A oliveira é um bosque mediterrânico humanizado. Não estamos a inventar nada.” Pedro Marques, engenheiro agrónomo e uma das maiores autoridades nacionais na produção de azeite, completa: “O olival é uma cultura de sequeiro, muito antiga, nós é que a adaptámos para regadio, essencialmente por rentabilidade e qualidade”. Fazer mais e melhor.

Luís Mira Coroa é empresário agrícola na terceira geração da família – o filho já está na recruta para a quarta. E é bem o exemplo da transformação que o Alqueva trouxe à região: o seu avô, originário de Santa Vitória-Ervidel, começou pelos cereais. A família deslocou-se para Brinches, produziu milho nos anos 1990, beterraba, algum olival de sequeiro e algum regadio direto do Guadiana, uma pequena barragem, e depois… e depois construiu-se o Alqueva.

“Antes do Alqueva, as culturas escolhiam-se em função dos preços mas também em função de uma gestão mais eficiente da água”, prossegue Luís Mira Coroa. “E foi aí que começaram a descobrir o olival regado, uma cultura que leva muito menos água para ser em alta produção do que qualquer outra das que eu referi, do girassol, do trigo, do milho…”

O olival consome cerca de um terço da água do milheiral, por exemplo, e essa é uma das razões pelas quais quase 70% da área do Alqueva está coberta de oliveiras. O amendoal, pela mesma razão, ocupa mais quase 20%.

“O Alqueva trouxe garantia de água. E isso permitiu mudar o paradigma da agricultura, de uma agricultura de sequeiro passar para regadio, ou seja, de uma agricultura que à época era dependente de subsídios, passarmos do subsídio para o investimento”. Foi um passo “que deu frutos”. Os subsídios, diz, não chegam a 5% de um volume de negócios “num ano mau”.

Luís Mira Coroa, empresário agrícola, produtor em Brinches, Serpa

Nestes 20 anos, a paisagem mudou muito. Como citava há uns anos um anúncio de um banco, para o dinheiro grande entrar é preciso o dinheiro pequeno sair – e o dinheiro pequeno na altura era o português. Chegaram os investidores estrangeiros, então sobretudo espanhóis. À volta de Brinches, “mudou tudo de dono”, diz Luís Mira Coroa, que reconhece que muitos não estavam preparados para a cultura de risco e de gestão que o investimento exige.  

Muitos optaram por vender, outros por arrendar, como acontece agora com grandes fundos de investimento. Fazem “a economia do bezerro”, graceja, basta engordar e vender. “São pessoas à procura da agricultura já montada, o cavalo já ensinado, é só por o pé ao estribo e andar.”

Foi assim que a produção disparou. Não foi a área de olival que cresceu substancialmente: foi a sua produtividade. Com novas técnicas, nova tecnologia, intensificação do olival, a produtividade média de azeitona quadruplicou em apenas 18 anos, de cerca de 0,5 toneladas por hectare de olival em 2000 para duas toneladas por hectare em 2018. O mais foi também melhor: 95% do azeite português é hoje virgem e virgem extra.

 

Espanha maior, Portugal melhor

Portugal produz cerca de 150 mil toneladas de azeite por ano, dos quais consome 50 a 60 mil toneladas. Não nos falta azeite, mas falta – e muito – em Espanha. Do lado de lá da fronteira, a produção caiu em dois anos para menos de metade do habitual, os preços atingiram níveis nunca vistos e o grande debate entre especialistas está no impacto das alterações climáticas. Cá, pelo contrário, a perspetiva é de aumento de produção, acrescentando mais 80 ou 100 mil toneladas de azeite à produção daqui a uns quatro ou cinco anos.

A perspetiva “é chegar às 230 a 250 mil toneladas” por ano, avança Pedro Marques, administrador do Lagar do Vale. O salto resulta da modernização do nosso olival, dos investimentos na zona alentejana em olival intensivo e em sebe que estão a entrar em produção – e dos próprios planos de expansão do Alqueva.

Espanha tem 7 vezes a área de olival de Portugal
Espanha tem 7 vezes a área de olival de Portugal

Mas… como se justifica esta diferença, entre o declínio e pessimismo do gigante espanhol, e a expansão e otimismo do ascendente português? Afinal, o clima é semelhante e Jaén - a principal zona de olival espanhol – é apenas a 400 quilómetros do Alentejo.

Porque Espanha “não tem um olival tão moderno como nós temos”, dispara Pedro Marques. “É o maior produtor mundial, mas vive do sistema de sequeiro, tem muito olival tradicional, tem barreiras físicas à transformação (como a inclinação do terreno em Jaén) e, sobretudo, não dispõe de água como no Alentejo. Jaén “vive essencialmente da água da chuva” e depois de dois anos de seca extrema, os produtores desesperam. Já o Alqueva “tem capacidade para aguentar entre três e cinco anos de seca extrema”.

Pedro Marques, agrónomo, administrador do Largar do Vale

Mas há mais: a água permite produzir mais – e produzir em melhor qualidade. “Com o passar dos anos ainda vamos ficar mais perfecionistas com a qualidade do azeite, porque a azeitona é laborada num curto espaço de tempo: é colhida de manhã e a seguir ao almoço ou ao meio da tarde já está a ser laborada”, explica Pedro Marques. “Temos métodos e uma estrutura organizada onde todo este modelo acaba por estar dependente de grandes produções de grande qualidade”.

Das quase 600 variedades de azeitonas que existem na Península Ibérica, a maior parte da produção no Alentejo provém da arbequina e da arbosana, variedades que se adaptam bem ao regadio e ao superintensivo.

Na bodega do Lagar do Vale há 65 depósitos, cada um com 145 mil quilos de azeite. É fazer as contas: daqui saem nove a 11 mil toneladas de azeite por campanha, quase tudo a granel, quase tudo exportado. Dirigimo-nos agora aos aclaradores, fase final da produção, onde se retiram as últimas impurezas e se fazem provas e testes laboratoriais. Aí encontramos Antelmo Serrado, homem que há uma década trabalhava na banca e agora fala de azeite como se nele trabalhasse desde pequenino. Tornou-se um conhecedor. E um vendedor de produto de qualidade.

Antelo Serrado, diretor comercial do Lagar do Vale

Os grandes investidores

Se os portugueses estão a pagar o azeite mais caro de sempre, os produtores estão a vendê-lo a preços que talvez nem ousassem sonhar. Mas, para ganhar muito dinheiro, é preciso correr riscos – e investir. E as empresas agrícolas são empresas a céu aberto, estão sujeitas à influência direta do clima.

Ao contrário do que muitas vezes se diz e lê, o olival de Alqueva não é “todo espanhol”, mesmo se foram os espanhóis os primeiros a investir em força, depois da inauguração da barragem há 20 anos. Neste momento, cerca de um terço da área é explorada por empresários espanhóis. E perto de 60% é-o por empresários portugueses.

E isto inclui fundos de investimento, muitos dos quais compram os olivais e arrendam a sua gestão ou exploração em troca de uma rendibilidade (yield) garantida. Os fundos estrangeiros tipicamente exigem taxas na casa dos 5% anuais, os empresários portugueses pedem na casa dos 7%. Os gestores com que fecham contratos pagam essas margens - e ganham tudo o que conseguirem a mais.    

O gestor Ricardo Almeida está, como todos os da região, a ter um bom ano. É ele que nos explica as variáveis-chave da produção: o Terreno, o clima e a água. Dos três, no Alqueva só não se controla o clima. 

Ricardo Almeida, gestor agrónomo

Quem está a ganhar todo este dinheiro?

Os produtores.

E, pensando bem, num país em que a grande distribuição é muitas vezes acusada de esmagar as margens dos produtores, o facto de os produtores estarem a lucrar tanto merece explicações.

A formação de preços é sempre uma fórmula nebulosa, variável e secreta. Mas várias fontes do sector ajudaram-nos a desconstruir o preço de dez euros que pagamos por um litro de supermercado (normalmente em garrafas de 0,75 litros a 7 ou 8 euros). Os dados são arredondados e não oficiais, mas servem o objetivo de mostrar como as margens brutas dos produtores dispararam.

Há dois anos, um produtor tinha um custo de 1,5 euros por quilo (no setor, negoceia-se em quilos, sendo que um quilo equivale a cerca de 1,1 litros), vendendo-o a granel por cerca de 2,5 euros. Tinha pois uma margem de cerca de 1 euro por quilo. Depois, o embalador (que faz o engarrafamento e etiquetagem da marca) colocava mais cerca de um euro no preço e a distribuição (que o coloca na prateleira) mais 1,5 euros. Preço final: por volta dos cinco euros.

Agora, as margens da distribuição e do embalador estão semelhantes, assim como os custos do produtor. Mas não o preço a que vende: disparou para os oito euros por quilo. Ou seja, a margem bruta subiu de um para sete euros o quilo.

Os produtores estão a ter um ano como nunca tiveram.

Fonte: TVI/CNN

 

Bom, e para o ano? A resposta está num fator que não controlamos: nas chuvas na primavera em Espanha. Se chover copiosamente, a produção aumentará e o preço descerá, talvez para os sete, oito euros por litro, preveem especialistas com quem falámos. Mas se Espanha entrar no terceiro ano de seca, então o preço continuará a subir, talvez para os 12, 13 euros por litro.

A tese: o investimento transforma o país

Alqueva é o exemplo claríssimo de como um investimento transforma a economia de uma região. E talvez todo este texto seja afinal o leito que desaguará nesta frase: não há crescimento sustentado nem bons salários sem investimento.

Depois dos factos a análise e depois da análise a opinião em espaço próprio, que é agora este subtítulo.

O país político tem uma relação estranhamente catatónica com um outro grande investimento, fundado há mais de trinta anos, a Autoeuropa, de que vários políticos, aliás, disputam a paternidade. Em quantas campanhas e não campanhas eleitorais já ouvimos a frase “precisamos de mais Autoeuropas”? Veja-se o quase saudosismo com que tantas vezes se fala da fábrica de Palmela: fala-se dela como dos Descobrimentos, uma memória coletiva de um passado glorioso, irrepetível e fatalmente perdido. E mesmo que a Autoeuropa produza ainda hoje a toda brida, a sua evocação é muitas vezes lamentosa, elogiada pelo que é mas usada como representação não do que há mas do que não há. Como se precisámos da exaltação da descoberta mais do que da conquista em si; como se precisássemos da vertigem do momento inaugural mais do que da celebração constante de uma existência.

Alqueva foi a sucessora não exaltada da Autoeuropa. Porventura nenhum outro projeto de investimento transformou tanto uma região como este lago imenso. Alqueva foi mais desejado antes da construção do que depois dela; não tem pais que a disputem; e não ocupa o discurso político nacional nem é exemplo político para a economia e para o interior.

Talvez assim seja por causa das críticas ambientalistas à sobreprodução e monocultura de uma terra que não descansa e é restabelecida a cada ano com uma espécie de esteroides naturais. Talvez assim seja porque uma oliveira é menos viril que um motor V12. Ou talvez assim seja porque o país viciado em turismo e noutros serviços até efabula uma indústria que lhe falta mas tornou-se pedante de mais para gostar – ou ignorante de mais para compreender – a agricultura e uma mão de obra em grande parte importada. Mesmo se, na verdade, poucos sectores contem mais para o nosso pibinho do que o da floresta, a madeira, a pasta e papel, e a produção de azeite tenha grande valor acrescentado nacional.

Quando se diz que o azeite está pela hora da morte, não se mente. Mas há toda uma vida económica por detrás desta frase. De um comércio aberto na UE e para fora dela, de preços definidos em mercados de exportação, de uma concorrência entre produtores que – ao contrário de muitos setores - impõe as suas margens aos distribuidores, de um subsetor que deixou de precisar de subsídios à produção porque houve um grande investimento.

Na verdade, os portugueses parecem valorizar mais o seu vinho que o seu azeite. Mas a indústria do azeite não se atomizou como a do vinho, nem se desmultiplicou em milhares de marcas e estruturas produtivas, e essa será uma das razões pelas quais o negócio do azeite consegue melhores preços (e margens) que o dos produtores de vinho.

Essa preferência vê-se também no consumo. Um espanhol consome o dobro do azeite do que consome um português. E cada português consome quase dez vezes mais vinho do que azeite. Nisso, somos campeões.

 

 

Este é o "milagre" do preço do azeite (na íntegra)

 

 

Agradecimentos

Agradecemos ao Lagar do Vale, na pessoa de Pedro Marques, pela enorme disponibilidade para esta reportagem. E a todos os que acederam a partilhar connosco informação e experiência, incluindo os vários entrevistados. Agradecemos também ao Serpa Hotel, na pessoa de Bento Gemas, pela arte de bem receber e autorização para filmagens. E ainda à Casa do Azeite, na pessoa de Mariana Matos, pela solicitude e rapidez no envio de informação.

Fontes e informações neste episódio

- Preço do Azeite já subiu 70% este ano. Fonte: INE via CNN Portugal
- Preços do azeite atingem os 9, 10 e 11 euros por litro. Fontes: Observatório de Preços Agroalimentar, fontes de mercado e preços na distribuição
- Cada português gasta cerca de 65 euros em azeite por ano. Fonte: Casa do Azeite, resposta por via oficial
- INE prevê que produção de azeitona suba 20% este ano. Fonte: INE via Expresso.

- Caraterização da Área do Alqueva. Fonte: EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva 

- Dados do Alqueva e da produção do olival. Fonte: EDIA  Estudo “Olival em Alqueva – Caracterização e Perspetivas”, EDIA / DGADR / DGAV / DRAP ALENTEJO / INIAV , Novembro de 2020

- Produção de azeite em Portugal. Fonte: INE e Pordata

- Produtividade do olival quadruplicou em 18 anos. Fonte: estudo "Alentejo: a Liderar a Olivicultura Moderna Internacional", via Eco.

- Estatísticas Agrícolas 2022. Fonte: INE

Preço do azeite não vai baixar apesar do aumento de 20% na produção de azeitona. Fonte: Casa do Azeite via Lusa e CNN Portugal

- Produção internacional de Azeite (por maiores produtores). Fonte: relatório "Market Situation in the olive oil and table olive sectors", do Expert Group for Agricultural Markets da Comissão Europeia, novembro de 2023

95% do azeite português é de qualidade virgem e virgem extra. Estudo “Alentejo: A Liderar A Olivicultura Moderna Internacional”, Consulai e Juan Villar, Consultores Estratégicos, 2019

- Área de olival em Portugal e Espanha. Fonte: Eurostat International Organization of Vine and Wine

- Dados comparados de consumo de azeite. Fonte: International Olive Oil

Consumo de azeite em Portugal e em Espanha. Fonte: World Population Review

- Portugal é o terceiro maior exportador europeu de azeite. Fonte: EurostatInternational Olive Oil

Exportações de azeite de Portugal crescem 12 vezes em volume e 18 em valor em 20 anos. Fonte: Consulai, via Lusa e Dinheiro Vivo

Investimento português e estrangeiro no Alqueva. Fonte: Anuário Agrícola de Alqueva 2022, EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva

- Investimento estrangeiro no olival: mais informações no Eco

- Composição do preço do azeite: custos e margens dos produtores e do resto da cadeia de produção. E cenários de evolução dos preços em 2024. Fontes de mercado contactadas pela CNN Portugal. Os valores não são públicos nem oficiais

- Um espanhol consome o dobro do azeite de um português. Dados: consumo de azeite per capita em Portugal é de 6,5 litros por ano; em Espanha é de cerca de 12 litros. Fontes: Casa do Azeite (resposta por via oficial) e OCU (Organización de Consumidores y Usuários, Espanha), via El Pais.

- Um português bebe dez vezes mais vinho que azeite. Dados: consumo per capita de vinho é 67,5 litros por ano; o de azeite é de 6,5 litros. Fontes: Casa do Azeite (resposta por via oficial) e relatório "State of the World Wine and Vine Sector", abril de 2023, da. International Organization of Vine and Wine

Ficha técnica

As Pessoas Não São Números
Episódio 9 da 2ª Temporada: O “milagre” do preço do azeite

Local de filmagens: Serpa e Baleizão, Alentejo.

Autores do episódio: Pedro Santos Guerreiro e António Prata

Imagem: David Luz e Fábio Mestre

Edição: Filipe Freitas

Grafismo: Diogo Bobone e Rita Silva

Música: “Fadinho Alentejano”, Ricardo Ribeiro, 2016

 

 

@ TVI e CNN Portugal, 2023

 

 

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