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Jantar de líderes da UE arranca sem previsão de acordo ainda hoje (e com um novo pedido)

Fontes europeias envolvidas na negociação admitem que possa não haver um acordo esta noite em Bruxelas, embora à entrada para o encontro o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, tenha dito esperar um acordo de princípio.

O jantar informal de líderes da União Europeia começou esta noite em Bruxelas, com discussão sobre os cargos de topo no próximo mandato, sem previsão de acordo este sábado e um novo pedido do Partido Popular Europeu nas negociações.

Os trabalhos que antecederam este encontro informal de alto nível do Conselho Europeu - instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) - começaram com cerca de duas horas de atraso e incluíram reuniões com as atuais presidentes do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

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Depois, cerca das 21:30 (hora local, menos uma em Lisboa) e com uma hora de atraso, começou oficialmente o jantar informal dos líderes da UE, no qual se discutem os cargos de topo no próximo ciclo institucional, entre 2024 e 2029, uma semana depois das eleições europeias, que deram vitória ao Partido Popular Europeu (PPE), seguido dos Socialistas e Democratas (S&D) e dos liberais do Renovar a Europa.

Este é o início oficial de um debate sobre os cargos de topo da UE que deve culminar com uma decisão na cimeira europeia no final do mês, discutindo-se o nome de António Costa para a liderança do Conselho Europeu, o de Ursula von der Leyen e o de Roberta Metsola para segundos mandatos na Comissão e no Parlamento, respetivamente, e o da primeira-ministra da Estónia para chefe da diplomacia europeia.

Fontes europeias envolvidas na negociação admitem que possa não haver um acordo esta noite em Bruxelas, embora à entrada para o encontro o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, tenha dito esperar um acordo de princípio.

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Uma dessas fontes disse à Lusa que "não há muita pressa" nem "sentido de urgência" para chegar a acordo, até porque só poderia ser formalizado na próxima semana, mas vincou que os mesmos nomes se mantêm em cima da mesa.

"O nome de Costa está muito consolidado, mesmo que alguns líderes possam transmitir algumas preocupações. Costa é um candidato ótimo porque, desde logo, assegura um equilíbrio regional que é essencial preservar e pela sua personalidade e experiência", referiu esta fonte.

Certo é que, de acordo com outras fontes comunitárias, o PPE chegou a pedir metade do mandato na presidência do Conselho Europeu com uma metade ser ocupada pelos socialistas, à semelhança do que acontece no Parlamento Europeu, mas isso é afastado pela bancada de centro-esquerda e apenas vista como uma "arma negocial" pelo centro-direita.

De hoje, o que se espera então é que, a haver alguma posição conjunta, seja apenas um entendimento geral e, talvez, sem nomes, com a divisão dos cargos em termos de famílias políticas.

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Os Socialistas devem anunciar em breve o seu apoio oficial a António Costa, bem como o aval a Von der Leyen, sendo este o passo que o PPE (que tem mais líderes no Conselho Europeu) aguarda para depois decidir o apoio ao ex-chefe de Governo português.

 António Costa, que se demitiu em novembro na sequência de investigações judiciais, continua a ser apontado para suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, numa nomeação que é feita pelos líderes europeus, que decidem por maioria qualificada (55% dos 27 Estados-membros, que representem 65% da população total).

É também o Conselho Europeu que propõe o candidato a presidente da Comissão Europeia, instituição que tem vindo a ser liderada desde 2019 por Ursula von der Leyen, num aval final que cabe depois ao Parlamento Europeu, que vota por maioria absoluta (metade dos 720 eurodeputados mais um).

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