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Reportagem: Há minas em todo o lado e parece que não vai acabar. Ucrânia, um outro problema

Com pouco mais de dois anos de guerra este já é o território mais minado do mundo. Uma realidade difícil de combater, mas que muitos fazem por melhorar

A guerra na Ucrânia é sinónimo de minas. Estão por todo o lado e, mesmo que o conflito acabasse hoje, demoraria anos até que se conseguissem limpar todos os terrenos. É que nem é apenas em terra, também no denso Mar Negro se encontram minas por toda a parte, como estratégia da Rússia para ameaçar as operações ucranianas.

Voltando a terra, que é aí que está o grande problema. A guerra pode terminar mais cedo ou mais tarde, mas há ameaças que não acabam com o calar das armas.

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A Ucrânia já considerado o país mais minado em todo o mundo. Os especialistas estimam que demorará anos, quem sabe décadas, até que todas as regiões, nomeadamente as da linha da frente, estejam limpas e seguras para novas travessias. Falamos de zonas como Kharkiv, Donetsk ou Zaporizhzhia, em linhas da frente que se estendem por centenas e centenas de quilómetros, e nas quais ambos lados fazem de tudo para garantir posições.

A equipa da CNN Portugal esteve no terreno a acompanhar os trabalhos de quem todos os dias arrisca a vida para ajudar neste propósito e garantir aos soldados, mas também civis, que são abertos trilhos mais seguros para combater ou simplesmente continuar o dia a dia.

Sérgio Furtado descreve a partir do local aquilo que é um tom que se entranha nos nervos. Todos os dias morrem pessoas por causa das minas. Soldados, claro, mas também civis.

É um trabalho que "exige muita concentração", confessa Oleksandr, da brigada de desminagem que a nossa equipa acompanhou. Isto "porque algo pode estar escondido nestes arbustos". Nestes e em todos os outros, debaixo de carros abandonados, onde for. A partir daí só há uma certeza: se está, pode ser mortífero.

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"[O mais assustador] são as armadilhas com fio, porque as ervas são demasiado densas e altas. Por isso trabalhamos com muita atenção", conta o responsável, um dos homens que diariamente procura ameaças do género, num trabalho que começou com a guerra, mas que se estenderá, inevitavelmente, bem para lá do seu fim.

Em Kamianka, onde passamos durante esta reportagem, foram dezenas os civis que já perderam a vida. Trata-se de uma pequena aldeia bem no centro da Ucrânia por onde já passaram batalhas intensas, nomeadamente no início. Há mágoa, sofrimento, perda e uma paisagem de toda uma zona destruída.

Svetlana só tem a lamentar. "[O meu pai] foi morto dentro do carro. O carro acabou por se incendiar por causa dos bombardeamentos. Depois o tanque veio e esmagou o carro", conta à CNN Portugal.

“É difícil viver aqui. Apenas existimos aqui. Não é civilização. Não temos energia elétrica, não temos água. Está tudo arruinado", continua, com peso no olhar.

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