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Armas nucleares junto à UE e mais cinco objetivos de Putin com esta guerra, segundo Paulo Portas

"Não me parece que ele queira ocupar a Ucrânia duradouramente. Pretende que alguém o faça por ele" 

"O Ocidente foi muito distraído." Esta é a primeira consideração que Paulo Portas faz sobre o conflito no Leste da Europa. Aliás, o comentador da TVI (órgão do mesmo grupo da CNN Portugal) aponta que o presidente da Rússia tem uma única lógica: "O adversário está fraco, eu avanço; o adversário está forte, eu fico onde estou". Mas raramente recua e não sai de operações de risco sem ganhos ou conquistas.

Seguindo uma ordem cronológica, Paulo Portas elencou os seis objetivos do presidente da Rússia nesta intervenção. 

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Em primeiro lugar está o objetivo de "retalhar a Ucrânia", ficando com o Donbass - que Putin já controla - e com o perímetro seguinte, onde já terá feito dezenas de quilómetros em termos de domínio. "Não é apenas a zona controlada pelos pró-russos, é ir além dela", sugere Paulo Portas.

Mais perigoso ainda, considera o comentador, é o regime de Putin conseguir ir desde Leste até Odessa, fazer um corredor dominado pelos russos (veremos depois como), retirando qualquer saída marítima à Ucrânia, tornando-a um país puramente continental.

Segundo Paulo Portas, Vladimir Putin quer nitidamente derrubar o Governo de Kiev e ter um governo favorável à Rússia. "Não me parece que ele queira ocupar a Ucrânia duradouramente. Pretende que alguém o faça por ele." 

Por fim, refere que "hoje há mais um passo decisivo naquilo que será uma espécie de união de facto entre a Rússia e a Bielorrússia - e isto é muito importante para nós europeus porque significa a possibilidade de termos novas armas nucleares russas na fronteira com a União Europeia, com países como a Polónia, como a Lituânia".

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No fundo, "se Putin não consegue fazer recuar a NATO, então faz avançar a Rússia pela Ucrânia e pelo território da Bielorrússia", conclui o especialista, que acrescenta: "Não é nenhuma brincadeira".

"Putin quer ultrapassar Estaline e já ultrapassou o último Czar"

"Vladimir Putin não é uma personagem transitória", considera também Paulo Portas, apontando que o líder russo "pensa nele próprio como estando no poder até 2036, tendo feito alterações constitucionais" nesse sentido. "Vamos ter de conviver com a irracionalidade ou com o racional de Vladimir Putin." Aliás, tem a ambição de se tornar o dirigente russo ou soviético com maior longevidade no século XX e XXI:

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