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"Criei um Frankenstein. Depois das eleições, tenho de lhe pôr um açaime." Alegado plano de Sérgio Azevedo para André Ventura revelado no processo Tutti Frutti

André Ventura é mencionado nas escutas do processo Tutti Frutti. O agora líder do Chega era na altura da investigação o candidato à Câmara de Loures. Ficou como vereador da autarquia e terá recebido instruções sobre como atuar para conquistar gabinetes. Confrontado, o deputado nega que tenha feito parte de qualquer esquema

André Ventura é mencionado nas escutas do processo Tutti Frutti. O presidente do partido Chega terá sido usado, enquanto candidato à Câmara de Loures pelo PSD em 2017, como parte de um esquema de Sérgio Azevedo para controlar juntas e autarquias social-democratas.

"Controlo o André Ventura, criei um Frankenstein. Depois das eleições, tenho de lhe pôr um açaime", terá dito o ex-deputado Sérgio Azevedo durante aquele período de campanha eleitoral, desabafando após as polémicas declarações do político sobre a comunidade cigana. 

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As escutas revelam que André Ventura teria sido a grande aposta de Sérgio Azevedo para Loures. A relação entre os dois terá começado ainda quando Ventura foi professor de Azevedo na Faculdade. 

André Ventura não ganhou a presidência, mas ficou como vereador. No dia seguinte às eleições, as escutas mostram Sérgio Azevedo a dar indicações ao antigo professor. "Agora, vais arranjar um gabinete e vais negociar com o Bernardino (PCP), «nós aprovamos-te isto e aquilo», e arranjas gabinetes", ter-lhe-á dito.

A investigação ao caso Tutti Frutti mostra ainda que Ventura seria para Azevedo e Carlos Eduardo Reis, na altura empresário e agora deputado social-democrata, candidato a presidente da Câmara. "Já temos o nosso cavalo", "se ganharmos a Câmara, ganhamos qualquer «merda». A seguir, o André Ventura será primeiro-ministro e a gente vai com ele à boleia, «à babuje»."

Questionado sobre esta matéria, André Ventura disse à CNN Portugal e à TVI que, se "houve alguma tentativa de me controlar politicamente, dar instruções ou limitar as posições políticas", a "história e os acontecimentos mostram como resisti a tudo isso, e mantive a trajetória de independência". "Nenhum açaime me foi colocado e ninguém foi à minha boleia", reitera.

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