Os pensionistas portugueses vão perder poder de compra este ano, apesar do aumento extraordinário das pensões de 10 euros previsto na proposta do Orçamento do Estado para 2022. Nem esse valor é suficiente para compensar o aumento da inflação.
A subida de dez euros aplica-se a pensões até 1.108 euros, o correspondente a 2,5 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais.
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Assim, neste valor máximo, a pensão passará para 1.118 euros. A subida representa um aumento de 0,9%. Um aumento longe de compensar a subida da inflação em 2022, que o Governo estima em 4%.
O exercício pode ser feito com outra escala de valores. Tome-se a pensão mínima de 278,05 euros. Mais 10 euros ao final do mês representam uma subida de 3,6%. Uma vez mais, há uma perda real de poder de compra.
Tome-se agora o valor da pensão média em Portugal, na ordem dos 600 euros. A subida de 10 euros representa mais 1,6% ao final do mês – longe da subida de 4% na inflação, que se reflete em preços mais altos na hora de ir ao supermercado ou abastecer o automóvel.
O aumento extraordinário das pensões só se aplicará quando o Orçamento do Estado para 2022 for aprovado, embora com efeitos retroativos a 1 de janeiro. A medida abrangerá 1,9 milhões de pensionistas, com um custo de 197 milhões de euros.
“Esta é seguramente uma das medidas que mais nos convocou para a aceleração da aprovação deste orçamento”, argumentou o ministro das Finanças, Fernando Medina, na apresentação do documento.
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