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Ministra aceita pedido de demissão "voluntário" de Fernando Araújo. Diretor executivo do SNS sai quando entregar relatório

Ana Paula Martins diz que "no devido tempo será conhecida a solução para a direção-executiva"

A ministra da Saúde aceitou o pedido de demissão “voluntário e espontâneo” do diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo, que tem “cerca de 60 dias” para apresentar um relatório da sua atividade e ponto de situação.

Ana Paula Martins agradeceu, em comunicado divulgado pelo seu gabinete, “a comunicação e serviço prestado”. “O Governo está totalmente empenhado na sua missão de assegurar cuidados de saúde para todos e salvar o SNS, começando, no curto prazo, pela apresentação de um Programa de Emergência”, garante, reconhecendo “uma situação muito difícil no acesso a esses cuidados e problemas sérios na organização e na gestão dos recursos humanos e financeiros do SNS”.

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E o que acontece à direção executiva com a demissão de Fernando Araújo? “No devido tempo será conhecida a solução para a direção executiva que terá a missão de realizar efetivas reformas, incluindo na gestão operacional e prestação de cuidados, que são inadiáveis para virar a página em defesa do SNS, e finalmente remediar a pesada herança que tanto prejudica o acesso, em tempo e qualidade, à saúde, em especial pelas pessoas mais vulneráveis”, diz o comunicado.

Fernando Araújo entregou a carta de demissão na terça-feira. A decisão surge para permitir "que a nova tutela possa executar as políticas e as medidas que considere necessárias, com a celeridade exigida, evitando que a atual DE-SNS possa ser considerada um obstáculo à sua concretização".

“Respeitando o princípio da lealdade institucional, irei apresentar à senhora Ministra da Saúde, em conjunto com a equipa que dirijo, o pedido de demissão do cargo de diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde”, explicou o diretor-executivo demissionário, num comunicado em que refere uma "decisão difícil".

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Os partidos já reagiram ao pedido de demissão. Chega, Bloco de Esquerda (BE) e PCP manifestaram-se esta quarta-feira contra a existência da direção executiva do SNS. O líder do Chega, André Ventura, considerou que a demissão de Fernando Araújo “deixa bem claro como esta direção executiva foi sempre desnecessária”, uma vez que, apesar de existir, não travou “o aumento do número de pessoas sem médico de família” e “as consultas e os hospitais não melhoraram”.

Já o BE salientou que o partido sempre se opôs à criação da direção executiva do SNS e “a realidade veio comprovar que não deu a resposta que era necessária ao Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Contrariamente a estes partidos, a IL defendeu que a direção-executiva não deve ser extinta, ao mesmo tempo que o PS e o Livre pediram mais explicações ao Governo.

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