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"Vocês unem as pessoas porque o riso é contagiante", disse o Papa Francisco aos humoristas de todo o mundo recebidos no Vaticano

Os portugueses Maria Rueff, Ricardo Araújo Pereira e Joana Marques estiveram entre os mais de 100 comediantes recebidos esta sexta-feira pelo Papa Francisco, que lhes disse que não há problema em “rir de Deus” da mesma forma que “brincamos e rimos com as pessoas que amamos"

“Entre tantas notícias sombrias, imersos como estamos em muitas emergências sociais e até pessoais, vocês têm o poder de espalhar paz e sorrisos”, disse o Papa Francisco, esta sexta-feira, aos mais de 100 humoristas de 15 países reunidos na plateia do Palácio Apostólico, no Vaticano. O líder da Igreja Católica convidou humoristas de todo o mundo, entre os quais Whoopi Goldberg, Jimmy Fallon, Julia Louis-Dreyfus, Chris Rock, Stephen Colbert, Conan O’Brien - mas também o brasileiro Fábio Porchat e os portugueses Maria Rueff, Ricardo Araújo Pereira, Joana Marques e Daniel Leitão. 

“Vocês unem as pessoas, porque o riso é contagiante”, disse-lhes o Papa, acrescentando que há 40 anos que reza por um bom sentido de humor. “Vocês conseguem fazer as pessoas sorrirem mesmo lidando com problemas, grandes e pequenos. Vocês denunciam abusos de poder; dão voz a situações esquecidas; apontam comportamentos inadequados."

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Segundo relata a CNN Internacional, o pontífice de 87 anos, que depois também apertou a mão dos comediantes individualmente, disse que o humor pode superar “barreiras sociais” e ajudar a criar “ligações entre as pessoas”. "Embora, hoje em dia, a comunicação muitas vezes gere conflitos, vocês sabe como unir realidades diversas e às vezes contrárias. Quanto precisamos aprender com vocês!", admitiu, acrescentando que não há problema em “rir de Deus” da mesma forma que “brincamos e rimos com as pessoas que amamos”.

O Papa recebeu os comediantes na mesma altura em que os líderes do Grupo dos Sete (G7) se reúnem numa cimeira de três dias no sul de Itália, onde enfrentam questões globais difíceis, incluindo como continuar a apoiar a Ucrânia quase dois anos e meio após a invasão da Rússia. Espera-se que o Papa se torne o primeiro líder da Igreja Católica a participar na cimeira do G7, esta sexta-feira, quando deverá participar numa sessão dedicada à Inteligência Artificial. O presidente dos EUA, Joe Biden, um católico que tem um relacionamento caloroso com Francisco, está entre os líderes que deverão estar presentes no encontro.

O encontro foi organizado pelo Dicastério para a Cultura e a Educação, presidido pelo cardeal português José Tolentino Mendonça, e pelo Dicastério da Comunicação da Santa Sé, e faz parte da mais recente tentativa de Francisco de se envolver com a cultura contemporânea, como explicou o Vaticano num comunicado, sublinhando como a “arte da comédia pode contribuir para uma sociedade mais empática e mundo solidário.” “Francisco reconhece o grande impacto que a arte da comédia tem no mundo da cultura contemporânea. Através do talento humorístico e do valor unificador do riso nos dias de hoje, são oferecidas reflexões únicas sobre a condição humana e a situação histórica. Além disso, a arte da comédia pode contribuir para um mundo mais empático e solidário”, diz o comunicado.

Este encontro segue-se à sua visita histórica à Bienal de Veneza e ao seu encontro no ano passado com artistas e realizadores no Vaticano. A reunião também acontece num momento em que o Papa enfrenta pontos de interrogação sobre o seu alcance entre os católicos LGBTQ+, depois de supostamente usar um insulto homofóbico em reuniões privadas.

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