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Matos Fernandes assume novo cargo na Abreu Advogados no setor ambiental. IL avança com requerimento para averiguar "potencial conflito de interesses"

REVISTA DE IMPRENSA. Os liberais vão avançar com um requerimento à Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados no sentido de se pronunciar sobre a legitimidade desta situação,

O antigo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, vai assumir um novo cargo de consultor do Instituto do Conhecimento da Abreu Advogados, nas áreas de energia e ambiente. A Iniciativa Liberal (IL) e o Chega argumentam que este é mais um exemplo das polémicas "portas-giratórias" de membros do executivo.

De acordo com o jornal Inevitável, o antigo ministro começa a exercer as novas funções em setembro, acumulando-as assim com o seu papel de deputado na Assembleia da República. 

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Para a IL, tendo em conta que "a Abreu Advogados tem clientes que operam nos setores da energia e do ambiente, e que poderão ter sido impactados por decisões tomadas pelo agora ex-ministro, importa esclarecer se as incompatibilidades acima referidas acima apenas se aplicam a funções exercidas diretamente ou se abrangem também as prestações de serviços que indiretamente tenham idêntico potencial de conflito de interesses".

Nesse sentido, o partido já fez saber que vai avançar com um requerimento à Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados no sentido de se pronunciar sobre a legitimidade desta situação, argumentando que "a assunção destas funções viola de forma inequívoca a Lei n.º 52/2019, de 31 de julho, que estabelece o Regime do Exercício de Funções por Titulares de Cargos Públicos".

Em comunicado, os liberais lembram que a lei estipula que "os titulares de cargos políticos de natureza executiva não podem exercer, pelo período de três anos contado a partir da data da cessação do respetivo mandato, funções em empresas privadas que prossigam atividades no setor por eles diretamente tutelado e que, no período daquele mandato, tenham sido objeto de operações de privatização, tenham beneficiado de incentivos financeiros ou de sistemas de incentivos e benefícios fiscais de natureza contratual, ou relativamente às quais se tenha verificado uma intervenção direta do titular do cargo político".

Também o Chega criticou esta nomeação, considerando tratar-se de uma "situação clara de promiscuidade, tendo em conta que o ex-ministro vai trabalhar num setor que tutelou até janeiro do corrente ano, o que nos suscita dúvidas da legalidade da situação devido às normas de incompatibilidades em vigor para ex-titulares de cargos políticos".

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