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Centeno tem "convicção grande" de que nova injeção de capital no Novo Banco "não se justifica"

Governador do Banco de Portugal diz que não deverá haver injeção de capital no Novo Banco este ano e revela que o regulador vai rever em baixa as perspetivas de crescimento económico para 2022

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, mostra-se convicto de que o Novo Banco não tem razões para um novo pedido de capital ao Fundo de Resolução, tendo a expectativa de que não irá haver uma nova injeção.

“O Novo Banco ao longo de 2021 tinha todos os instrumentos e teve todos os instrumentos para garantir que o mecanismo contingente de capital não é acionado neste momento e eu acho que isso é fácil de demonstrar e daí a nossa expectativa de que não vai haver nenhuma injeção de capital este ano no Novo Banco”, afirmou o responsável do Banco de Portugal (BdP), em entrevista ao Observador.

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O Novo Banco anunciou, em 9 de março, que vai pedir mais uma injeção de capital de 209 milhões de euros ao Fundo de Resolução (FdR) relativa a 2021, justificando a necessidade com o impacto do novo regime de contabilidade e com uma contingência relacionada com tributação dos seus imóveis.

“Face aos três ingredientes mais importantes que aconteceram em 2021 que foram os lucros, o fim do período de reestruturação do ponto de vista técnico e a nova imagem corporativa que, e bem, o Novo Banco decidiu lançar, tudo isto leva-me a ter uma convicção grande de que o acionamento do mecanismo não se justifica face à realidade do banco em 2021”, justifica Mário Centeno.

Questionado pela Lusa sobre o pedido da instituição liderada por António Ramalho, fonte oficial do FdR disse, em 9 de março, que "não é devido qualquer pagamento relativamente às contas do exercício de 2021".

Na longa entrevista ao Observador, divulgada na noite de sexta-feira, o governador do BdP admite ainda que o regulador irá rever em baixa de mais quatro décimas as perspetivas de crescimento económico para este ano, nas previsões que serão divulgadas na próxima quinta-feira, dia 24 de março.

Mário Centeno defende também, mais uma vez, que a prioridade do próximo Governo deve ser a redução da dívida pública.

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