Foi Marcelo Rebelo de Sousa que exigiu que João Gomes Cravinho abandonasse a pasta da Defesa, segundo avança o Público esta sexta-feira, atribuindo a decisão ao mal-estar gerado entre o ex-ministro da Defesa Nacional e o Presidente da República.
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Em causa, está tanto a nova Lei Orgânica de Bases das Forças Armadas, como a nomeação de chefes militares que, no caso do Almirante Gouveia e Melo - nomeado Chefe do Estado-Maior da Armada em dezembro de 2021 - implicou diretamente o Presidente da República.
O caso polémico da nomeação de Henrique Gouveia Melo ocorreu após João Gomes Cravinho o ter anunciado como o novo Chefe do Estado-Maior da Armada. No entanto, segundo os termos da lei orgânica das Forças Armadas, os chefes dos ramos são nomeados e exonerados pelo Presidente da República, sob proposta do Governo, que deve ser precedida da audição. Em setembro, Marcelo adiou a nomeação, sublinhando que “foi acertado um momento que não era este” e que a “palavra final” era sua.
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Gomes Cravinho chegou mesmo a ser convocado de urgência para uma reunião com o primeiro-ministro e com o Presidente da República, tendo, posteriormente, sido chamado à AR para uma audiência parlamentar.
O pedido de Marcelo, de acordo com o jornal, terá como objetivo pacificar o clima dentro das estruturas militares e colocar um travão ao clima “divisionista” entre Forças Armadas e Governo. Para isto, o Presidente da República defendeu junto de António Costa que era necessário “um novo ciclo” na Defesa.
Segundo o Público, Marcelo Rebelo de Sousa não colocou obstáculos à movimentação de pastas de Gomes Cravinho, que passou para o Ministério dos Negócios Estrangeiros. No entanto, durante este mandato, este ministério vai ser mais frágil do que o anterior, já que é o primeiro-ministro que concentra em si a tutela dos assuntos europeus.
Gomes Cravinho foi substituído no cargo de ministro da Defesa por Helena Carreiras, professora catedrática e diretora do Instituto da Defesa Nacional.
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