O novo governo vai tomar posse daqui a uma semana, no dia 30, e António Costa já tinha dito que queria passar do maior Executivo de sempre em democracia para uma task force mais pequena e paritária. Dos 17 ministros, nove são mulheres. Vai ser o primeiro executivo que tem mais ministras do que ministros
Costa puxou o núcleo duro do PS para junto de si, com Fernando Medina a assumir a pasta das Finanças e Ana Catarina Mendes como ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares. Mariana Vieira da Silva vai manter-se como figura central. Permanece como ministra da Presidência mas é agora a número dois na hierarquia do Governo.
Se a anterior legislatura contou com 19 ministros e 50 secretários de Estado, esta vai ter 17 ministros e 38 secretários de Estado. A redução da dimensão do Governo passou mais pelas secretarias de Estado do que pelos Ministérios. Mas, afinal, quem é que António Costa convidou a entrar, a sair e a permanecer nesta nova task force?
Quem entra?
- Fernando Medina entra diretamente para uma das pastas mais importantes do Governo: as Finanças. Substitui assim João Leão que tinha sucedido a Mário Centeno quando este assumiu o cargo de Governador do Banco de Portugal;
- Catarina Sarmento e Castro assume a tutela do Ministério da Justiça. Licenciada e mestre em Direito, filha do histórico socialista Osvaldo de Castro, era até agora secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes daquele ministério;
- Ana Catarina Mendes também é estreante num governo PS e vai ser ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares. Licenciada em Direito, na última legislatura foi líder parlamentar da bancada socialista;
- António Costa e Silva, convidado pelo anterior governo para delinear o Plano de Recuperação Económica após a pandemia, é o escolhido para Ministro da Economia e do Mar, ocupando os lugares de Pedro Siza Vieira, atual ministro da Economia, e Ricardo Serrão Santos, atual ministro do Mar;
- Elvira Fortunato, cientista, professora catedrática e vice-diretora da Universidade Nova passa a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior;
- Pedro Adão e Silva será o novo ministro da Cultura. Antigo socialista, sociólogo e professor de ciência política, presidia atualmente à Comissão Nacional das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril;
- Helena Carreiras, professora catedrática e diretora do Instituto da Defesa Nacional, ocupa o lugar de João Gomes Cravinho no Ministério da Defesa.
Quem troca de lugar?
- José Luís Carneiro, que era secretário de Estado Adjunto do PS, passa a tutelar um dos ministérios mais exigentes: Administração Interna;
- Duarte Cordeiro, que foi secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e diretor de campanha de Costa nas últimas legislativas, fica responsável pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática, ocupando o lugar de João Pedro Matos Fernandes;
- João Gomes Cravinho deixa o Ministério da Defesa para se instalar no Palácio das Necessidades, casa do Ministério dos Negócios Estrangeiros;
- João Costa foi durante seis anos e meio secretário de Estado adjunto e da Educação, agora assume a pasta da Educação.
Quem se mantém?
- Mariana Vieira da Silva mantém-se como ministra da Presidência e sobe a número dois de António Costa. Fica também com a pasta da Administração Pública, cujo ministério desapareceu;
- Marta Temido mantém-se com a pasta da Saúde;
- Pedro Nuno Santos também se mantém à frente do ministério das Infraestruturas e Habitação;
- Ana Mendes Godinho continua como ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social;
- Ana Abrunhosa vai continuar a ocupar o lugar de ministra da Coesão Territorial;
- Maria do Céu Antunes continua com a pasta da Agricultura, a que se junta agora a da Alimentação.
Quem sai?
- Pedro Siza Vieira, ex-ministro da Economia;
- João Pedro Matos Fernandes, ex-ministro do Ambiente;
- Augusto Santos Silva, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, e foi apontado por António Costa como candidato à presidência da Assembleia da República;
- Francisca Van Dunem, ex-ministra da Justiça que, mais recentemente, acumulou a Administração Interna após a saída de Eduardo Cabrita. Já tinha anunciado a sua intenção de abandonar o Governo;
- Tiago Brandão Rodrigues, ex-ministro da Educação;
- Manuel Heitor, ex-ministro do Ensino Superior;
- João Leão, ex-ministro das Finanças que sucedeu Mário Centeno;
- Graça Fonseca, ex-ministra da Cultura;
- Ricardo Serrão Santos, ex-ministro do Mar;
- Alexandra Leitão, ex-ministra da Modernização do Estado.