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Luto nacional: os 63 mortos de Pedrógão tiveram tantos dias como Isabel II (e as vítimas da covid tiveram menos). Afinal, quais são os critérios?

Governo decretou três dias de luto nacional pela morte de Isabel II, que vão ser assinalados entre este domingo e a próxima terça-feira

O que é o luto nacional?

Trata-se de um período de solidariedade e pesar para com alguém ou algo, que se estende a todo o país. Acontece na sequência da morte de figuras de grande importância (política, judicial ou cultural) ou devido a acontecimentos excecionais (como as mortes numa catástrofe natural, como um incêndio). Na maioria das vezes, este período varia entre um e três dias.

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A medida mais conhecida, prevista na legislação é a da colocação da bandeira nacional a meia-haste durante os dias em que vigorar o luto. Por consequência, todas as outras bandeiras devem estar na mesma posição.

A lei não obriga ao cancelamento de festas e cerimónias que estivessem agendadas para os períodos de luto mas é habitual que estas sejam suspensas ou adiadas. A decisão final cabe às instituições. Se não for possível cancelar, é recomendado um minuto de silêncio no início.

Quem decreta?

Tal como aconteceu na mais recente decisão, relativa a Isabel II, é responsabilidade do Governo declarar o luto nacional e a sua duração, no âmbito da Lei das Precedências do Protocolo do Estado Português. A iniciativa é comunicada ao Presidente da República.

Três dias: que outros exemplos há?

Os três dias colocam Isabel II lado a lado com algumas das maiores personalidades portuguesas no que ao luto nacional diz respeito. Também os ex-Presidentes da República Mário Soares e Jorge Sampaio, a fadista Amália Rodrigues e o futebolista Eusébio tiveram direito a três dias de luto nacional. Em 2017, os incêndios de Pedrógão Grande também foram assinalados com a mesma duração de luto.

Mas nem todos tiveram esta duração máxima de luto, sendo a duração uma decisão que cabe ao executivo. A figuras de relevo para a cultura nacional como José Saramago ou Manoel de Oliveira foram atribuídos dois dias. Já para Eduardo Lourenço, Carlos do Carmo, Eunice Muñoz ou Paula Rego, falecidos nos últimos anos, o luto nacional foi de um dia. O mesmo se aplicou para assinalar as vítimas da pandemia de covid-19.

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