As forças russas lançaram um ataque surpresa no norte da Ucrânia, fazendo pequenas incursões no que, de acordo com uma do exército ucraniano, foi a mais séria ofensiva terrestre transfronteiriça em quase dois anos.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que o ataque à cidade fronteiriça de Vovchansk, perto da segunda maior cidade do país, Kharkiv, faria parte de “uma nova vaga de ações contraofensivas” por parte da Rússia, acrescentando que estava a decorrer uma “batalha feroz” na zona.
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De acordo com um comunicado do Ministério da Defesa da Ucrânia, as unidades militares de reserva ucranianas foram enviadas para o norte da região de Kharkiv, depois de Vovchansk ter sido alvo de intensos bombardeamentos na noite de quinta-feira.
O comunicado refere que os grupos de reconhecimento russos, sob a cobertura de veículos blindados, iniciaram uma ofensiva transfronteiriça por volta das 5:00 da manhã.
“O inimigo conseguiu atravessar um quilómetro de profundidade para lá da fronteira”, revelou uma fonte militar ucraniana à CNN, acrescentando que o objetivo da ofensiva russa “era chegar a dez quilómetros de profundidade e criar uma zona de tampão (termo conhecido como buffer zone em inglês) na fronteira para assegurar que o território russo não sinta vislumbres da guerra [na Ucrânia]”.
Os confrontos têm sido travados ao longo de frentes no sul e no leste desde que os militares ucranianos conseguiram fazer recuar as forças russas do território conquistado nos primeiros dias do conflito, sendo que a região norte de Kharkiv foi libertada no final do verão de 2022.
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Questionado sobre os desenvolvimentos, Zelensky não minimizou a sua gravidade, mas disse que as forças armadas ucranianas já estavam à espera de tal ação.
“A Rússia lançou uma nova vaga de ações contraofensivas na região [norte de Kharkiv]. A Ucrânia enfrentou-os com as nossas tropas, brigadas e artilharia", garantiu Zelensky esta sexta-feira.
“Mas, as nossas forças armadas e o nosso comando militar estavam cientes deste facto e anteciparam-se para enfrentar o inimigo com poder de fogo. Agora há uma batalha feroz nesta zona [...] Penso que, até agora, parámos o inimigo com fogo de artilharia”.
Oleh Syniehubov, chefe da administração militar regional de Kharkiv, explicou, no canal oficial no Telegram, que as forças russas atacaram com bombas aéreas, sistemas de rockets de lançamento múltiplo e artilharia durante toda a noite. Mas, insistiu que a cidade de Kharkiv, a segunda maior da Ucrânia e a apenas 30 quilómetros da fronteira com a Rússia, não estava sujeita a um risco acrescido após esta operação russa.
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“O grupo inimigo não representa uma ameaça para a cidade de Kharkiv, as suas forças são apenas suficientes para conseguirem efetuar provocações na direção norte”.
Syniehubov disse ainda que pelo menos um homem morreu e três ficaram feridos em Vovchansk e na aldeia vizinha de Charkaski Tyshky.
As autoridades ordenaram a evacuação dos habitantes das aldeias fronteiriças. A polícia nacional publicou fotografias e um vídeo nas redes-sociais que mostram agentes a ajudar as pessoas a arrumar os seus pertences nos veículos das forças de segurança, antes de serem conduzidas para locais mais seguros.
O assalto transfronteiriço surge após vários meses de intensos ataques aéreos russos à cidade de Kharkiv, que destruíram toda a sua capacidade de produção de eletricidade, bem como as suas subestações.
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