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Chamas a pouca distância dos reatores, bombeiros sob tiroteio, um susto enorme: a história do ataque russo à central nuclear de Zaporizhzhia

Ministro ucraniano disse que uma eventual explosão teria sido "dez vezes pior que Chernobyl"

As forças russas a bombardearam na madrugada desta sexta-feira a central nuclear de Zaporizhzhia - a maior da Europa e uma das maiores do mundo -, onde deflagrou um incêndio não muito longe dos seis reatores da central. 

A informação foi avançada inicialmente pelo autarca de Energodar (a cidade mais próxima da central), Dmytro Orlov, que confirmou através do Telegram que a central nuclear estava a arder após um ataque. Pediu entretanto às tropas russas que cessassem imediatamente o ataque.

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Citados pela Reuters, os serviços de emergência ucranianos anunciaram que o incêndio aconteceu fora do perímetro dos reatores. Veja a zona aqui no Google Maps.  

Segundo o o Governo ucraniano, citado pela agência RIA, os bombeiros na central nuclear não conseguiram inicialmente extinguir o fogo, uma vez que estavam a ser atingidos a tiro por tropas russas. A dado momento do ataque, Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros e da Transição Energética ucraniano, fez um apelo dramático à Rússia para "parar imediatamente" os confrontos. "Se explodir, será dez vezes pior que Chernobyl"

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De acordo com o porta-voz da central nuclear, Andriy Tuz, a ameaça nuclear era "real": "Há uma ameaça real de perigo nuclear na maior estação de energia atómica da Europa". A central nuclear de Zaporizhzhia, na cidade de Enerhodar, é responsável pela produção de um quarto da energia da Ucrânia. 

Entretanto, o Open Source Intelligence (OSINT), uma conta no Twitter de verificação de factos, avançou que os níveis de radiação permanecem inalterados, citando o site da central. Esta informação foi entretanto confirmada pela Agência Internacional de Energia Atómica. 

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Durante o dia de quinta-feira, as autoridades ucranianas tinham relatado que as forças militares russas estavam a caminho da central nuclear. O Governo de Zelensky apelou ao Ocidente que encerrasse o espaço aéreo sobre as centrais nucleares. Os Estados Unidos e a NATO já descartaram a criação de uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, visto que essa medida colocaria diretamente os militares russos e ocidentais em confronto.

Os russos têm usado o seu poder de fogo superior nos últimos dias, lançando mísseis e ataques de artilharia em áreas civis e obtendo ganhos significativos no sul da Ucrânia, como parte de um esforço para cortar a ligação deste país com o mar Negro e Azov.

O corte do acesso da Ucrânia ao litoral seria um rude golpe para a economia do país e permitira à Rússia construir um corredor terrestre que se estende desde a sua fronteira até à Crimeia, anexada por Moscovo desde 2014, seguindo depois para oeste até à Roménia.

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