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141 países da ONU colocaram uma cruz vermelha sobre a Rússia. Guterres fala em "bomba-relógio"

Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que condenada a invasão russa. Logo após a votação, o secretário-geral da ONU disse que a mensagem é clara: "terminem com as hostilidades na Ucrânia já"

A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) votou esta quarta-feira contra a invasão russa na Ucrânia. Ao todo 141 países votaram a favor, 35 abstiveram-se e apenas cinco votaram contra. Quando as votações foram colocadas no ecrã, ouviu-se um enorme aplauso de pé. 

Os votos contra pertencem à Federação Russa, Eritreia, Coreia do Norte, Bielorrússia e Síria. Entre as abstenções destaca-se a presença da China, Índia, Angola, Moçambique, Vietnam, Iraque e África do Sul.

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Esta é a lista de todos os países que se abstiveram: África do Sul, Algéria, Angola, Arménia, Bangladesh, Bolívia, Burundi, China, Congo, Cuba, El Salvador, Guina Equatorial, índia, Irão, Iraque, Cazaquistão, Quirguistão, Laos, Madagáscar, Mali, Mongólia, Moçambique, Namíbia, Nicarágua, Paquistão, República Centro Africana, Senegal, Sudão do Sul, Sudão, Sri Lanka, Tajiquistão, Uganda, Tanzânia, Vietnam e Zimbabué. 

Votações na Assembleia Geral das Nações Unidas (AP Images/Seth Wenig)
Guterres: "Vai ficar muito pior. Isto é uma bomba-relógio"

Logo após a votação, o secretário-geral da ONU deixou uma palavras à comunicação social. António Guterres começou por dizer que a Assembleia Geral se tinha "pronunciado" e que a mensagem era "clara". "A mensagem da Assembleia Geral foi clara e audível: terminem com as hostilidades na Ucrânia já. Silenciem as armas já. Abram a porta ao diálogo e à diplomacia já. A integridade e a soberania territorial da Ucrânia devem ser respeitadas de acordo com a Carta das Nações Unidas".

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Uma vez que os efeitos desta guerra estão a olhos vistos, .Guterres fez questão de realçar que não se pode perder mais tempo. Este conflito entre a Rússia e a Ucrânia é "uma bomba-relógio", considerou. "Não temos tempo a perder. Os efeitos brutais deste conflito estão à vista. Mas, por muito má que seja a situação para as pessoas da Ucrânia neste momento, isto vai ficar muito, mas muito pior. É uma bomba-relógio." 

Para António Guterres, a resolução esta quarta-feira aprovada demonstra que o mundo quer "o fim ao tremendo sofrimento humano na Ucrânia". "As pessoas da Ucrânia precisam desesperadamente de paz e as pessoas de todo o mundo exigem-no", finalizou. 

António Guterres e Sergiy Kyslytsya (AP Images/Seth Wenig)

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Kyslytsya: "O objetivo da Rússia não é apenas uma ocupação - é o genocídio"

Sergiy Kyslytsya, embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas, apelou aos aliados internacionais que "intensifiquem as ações contra a Rússia", por considerar que este é "um momento decisivo para a nossa geração" e que cabe a "nós", atuais líderes políticos, "salvar as gerações futuras". 

Tal como fez na semana passada, insistiu na comparação entre Hitler e Vladimir Putin, dizendo que este "veio para privar a Ucrânia do próprio direito de existir". "O objetivo da Rússia não é apenas uma ocupação - é o genocídio."

Antes da votação, Kyslytsya tinha apelado aos países membros das Nações Unidas que votassem a favor da condenação da invasão da Rússia. Por sua vez, Vassily Nebenzia, embaixador russo, pediu que não o fizessem. "Esta resolução não nos vai impedir de continuar com as operações militares", antes pelo contrário, vai "encorajar-nos". Acusou Kiev de ser nacionalista e radical por querer "determinar a política do seus país a qualquer preço". 

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"A presença da Rússia no Conselho de Segurança da ONU é ilegítima"

O governo ucraniano voltou a apelar à ONU que reconsiderasse o facto de a Rússia ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Sergiy Kyslytsya, embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas, já o tinha feito na Assembleia Geral da semana passada. 

Numa entrevista a um canal televisivo, Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros, pediu que seja feita uma revisão legal "completa e imparcial" sobre esta adesão da Federação da Rússia. "Estamos confiantes de que quando essa revisão estiver completa ficará claro e evidente que a presença da Rússia no Conselho de Segurança da ONU é ilegítima. Tudo depende da prontidão e da determinação da equipa jurídica da ONU."

A Rússia é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, em conjunto com os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a China. Este estatuto dá a estes países o poder de veto, ou seja, o Conselho não pode adotar nenhuma resolução que algum destes membros tenha votado contra. 

O departamento do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos revelou esta quarta-feira que desde que começou a guerra já morreram 227 pessoas na Ucrânia. Há ainda cerca de 525 civis que ficaram feridos. A maioria destas vítimas foi provocada por explosões, bombardeamentos, lançamento de mísseis e ataques aéreos. 

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