Já fez LIKE no CNN Portugal?

Rússia admite assumir controlo de grandes cidades ucranianas

Ministério da Defesa diz que foi Vladimir Putin quem ordenou que não fossem lançados ataques rápidos aos grandes centros urbanos

Os militares russos admitem o lançamento de ataques para assumir o controlo total das principais cidades ucranianas, algumas das quais já estão cercadas, advertiu esta segunda-feira o porta-voz da Presidência russa (Kremlin).

“O Ministério da Defesa, embora assegurando a máxima segurança para a população civil, não exclui a possibilidade de assumir o controlo total das grandes cidades, que hoje estão praticamente cercadas”, disse Dmitri Peskov, citado pelas agências russa TASS e francesa AFP.

PUB

Peskov disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou até agora ao “Ministério da Defesa que não lançasse um ataque rápido aos grandes centros urbanos, incluindo Kiev”, para evitar pesadas baixas civis.

O porta-voz admitiu que os corredores humanitários serão mantidos, se for necessário.

Segundo a TASS, Peskov disse também que Moscovo considera que os Estados Unidos da América (EUA) e a União Europeia (UE) estão a tentar provocar os militares russos para que ataquem as principais cidades ucranianas e sejam responsabilizados “pela morte de civis”.

Acusou, em particular, o conselheiro de segurança dos EUA Jake Sullivan e o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrel, de terem dito recentemente que Putin ordenou um aumento dos ataques e dos alvos por estar frustrado por as tropas “não estarem a avançar como pensava nas grandes cidades”.

“Acreditamos que tal posição é provocatória”, disse Peskov, citado pela TASS.

A agência russa noticiou também que o porta-voz do Kremlin não esclareceu se Putin está satisfeito com o decurso da “operação militar especial”, a designação oficial de Moscovo para a invasão da Ucrânia.

PUB

A operação “está a desenvolver-se de acordo com o plano, será concluída a tempo e na íntegra”, disse.

Peskov acrescentou que Moscovo não indicará um prazo para o fim das operações militares na Ucrânia.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, alegando que estava a responder a um pedido de ajuda das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, cuja independência foi reconhecida por Putin.

As razões para a invasão divulgadas por Putin incluem o objetivo de “desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia, mas sem ocupação do país vizinho.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 19.º dia, provocou milhares de mortos e feridos, mas o número preciso está ainda por determinar.

As informações sobre baixas militares e civis indicadas por cada uma das partes carecem de verificação independente.

A ONU contabilizou cerca de 600 civis mortos e mais de mil feridos até ao fim de semana, mas alertou que o número deverá ser substancialmente superior.

Mais de 2,8 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia para países vizinhos desde o início da guerra, naquela que já é considerada a prior crise do género na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Além dos que fugiram da Ucrânia, a ONU disse que há dois milhões de deslocados internos.

PUB