Já fez LIKE no CNN Portugal?

Conselho de Finanças Públicas recusa avaliar Programa de Estabilidade entregue por João Leão

Programa do ministro das Finanças que está de saída não tem subjacente as medidas de política a adotar até 2026

O Conselho de Finanças Públicas recusou avaliar o cenário macroeconómico previsto no Programa de Estabilidade entregue pelo Ministério das Finanças na Assembleia da República e diz esperar que o novo Governo, que toma posse no próximo dia 30, “apresente um efetivo Programa de Estabilidade no início de ciclo governativo”.

A recusa da entidade liderada por Nazaré da Costa Cabral tem a ver com o facto de o Programa de Estabilidade da autoria de ainda ministro das Finanças, João Leão, não ter subjacente as medidas de política a adotar até 2026, período até ao qual vai o documento.

PUB

O cenário previsto no documento do Governo “corresponde a uma projeção macroeconómica em ‘políticas invariantes’, não se tratando, pois, de uma previsão por não incorporar as medidas de política a adotar”, sublinha o Conselho de Finanças Públicas em comunicado, o que, segundo a mesma entidade, contraria a Lei de Enquadramento Orçamental.

Perante esta violação, o CFP entende não poder fazer a avaliação que lhe foi requerida pelo Ministério das Finanças e solicita ao futuro Governo, que já terá Fernando Medina como ministro das Finanças, que “apresente um efetivo Programa de Estabilidade” que, prossegue a instituição, se deverá “assumir como um plano de legislatura do novo Governo e ser objeto de apreciação parlamentar”.

Aí sim, esclarece o CGP, poderá fazer a dita avaliação, estando mesmo disponível para não usar de todo o tempo que a lei lhe permite e assim permitir que o novo Programa de Estabilidade seja entregue nos prazos previstos na lei, ou seja, entregue até 15 de abril no Parlamento e até 30 de abril na Comissão Europeia.

Na passada sexta-feira, o ministro das Finanças, João Leão, convocou uma conferência de imprensa para comentar os dados relativos às finanças públicas em Portugal para os anos de 2021 e 2022 que nessa mesma manhã tinha sido divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística. Segundo esses dados, o défice orçamental registou um valor de 2,8% do Produto Interno Bruto no ano passado e deverá registar um valor de 1,9% este ano.

Na conferência de imprensa, João Leão foi, no entanto, mais longe e divulgou que nesse mesmo dia iria entregar no parlamento o Programa de Estabilidade 2022-2026, mesmo já se sabendo que não seria ele o titular da pasta das Finanças nesse período. O ministro divulgou ainda, entre outras previsões, que Portugal deveria registar um orçamento equilibrado em 2025 e um excedente orçamental em 2026.

PUB