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Lacerda Sales acusa bastonário da Ordem dos Médicos de querer fama ao abrir inquérito ao caso das gémeas

Sobre se falou com Marcelo, Lacerda Sales tem a certeza de que não o fez. Sobre se falou com o filho de Marcelo, Lacerda Sales continua sem ter qualquer certeza

O antigo secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales acusou esta terça-feira o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, de querer fama ao abrir uma investigação ao caso das gémeas. “Relativamente ao processo de inquérito promovido pela Ordem dos Médicos, em que o bastonário Dr. Carlos Cortes pretende que seja apurada, entre outros, a minha atuação enquanto secretário de Estado, eu diria que mais me parece uma oportunidade para o dr. Carlos Cortes usufruir dos seus cinco minutos de atenção e fama por parte da comunicação social”, afirma Lacerda Sales em entrevista à Renascença.

Em causa está o anúncio por parte do bastonário para a avaliação do comportamento dos médicos envolvidos no caso das gémeas luso-brasileiras para perceber se há matéria disciplinar que possa ter intervenção da Ordem dos Médicos.

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O antigo governante garante ainda não ter falado com o Presidente da República nem com o primeiro-ministro sobre as gémeas luso-brasileiras que foram tratadas no Hospital de Santa Maria com um medicamento que custou quatro milhões de euros.

“Não, nunca falei com o senhor Presidente da República sobre este tema e o dr. António Costa não estará, com certeza, a par de tudo isto”, garante.

Na mesma entrevista à Renascença, o antigo governante disse que continua sem se recordar se se encontrou ou não com o filho de Marcelo Rebelo de Sousa porque continua “sem acesso à documentação” que lhe permite “ir mais além” nas explicações. No entanto, volta a afirmar que não marcou a primeira consulta das gémeas em Portugal.

“Repito aquilo que já disse. Nenhum secretário de Estado nem ninguém tem o poder para marcar uma consulta no Serviço Nacional de Saúde, nem para poder influenciar ou violar a consciência ou a autonomia de um médico e, por isso, eu não marquei essa consulta no Serviço Nacional de Saúde”, insiste.

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Em causa está o caso de duas gémeas residentes no Brasil que entretanto adquiriram nacionalidade portuguesa em tempo recorde e que vieram a Portugal receber em 2020 o medicamento Zolgensma para a atrofia muscular espinhal, com um custo total de quatro milhões de euros. O caso foi divulgado pela TVI / CNN Portugal em novembro.

O assunto está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e é objeto de uma auditoria interna no Hospital de Santa Maria.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que já entregou documentação à PGR sobre o assunto, confirmou que o seu filho o contactou sobre a necessidade de tratamento destas crianças. Marcelo negou ainda ter tido qualquer intervenção no processo.

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