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Inundações em Faro causaram prejuízo superior a dois milhões de euros

Intensa chuva que caiu ao início da manhã do dia 5, durante cerca de uma hora, provocou inundações e bloqueio de estradas

A chuva forte que na manhã de 5 de dezembro caiu sobre a cidade de Faro provocou prejuízos superiores a dois milhões de euros, disse à Lusa o presidente da autarquia, Rogério Bacalhau.

“[A chuva] provocou um conjunto de danos que hoje, pelo levantamento que nós temos, ascendem a mais de dois milhões de euros”, adiantou Rogério Bacalhau, que na segunda-feira enviará para o Governo a contabilização dos estragos, para que possa chegar aos lesados apoio financeiro.

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A intensa chuva que caiu ao início da manhã do dia 5, durante cerca de uma hora, provocou inundações e bloqueio de estradas, e impediu a abertura de escolas e estabelecimentos comerciais no concelho de Faro, o mais afetado no Algarve, onde foram contabilizadas 92 ocorrências.

Segundo Rogério Bacalhau, os danos em infraestruturas municipais - edifício da câmara, escolas, biblioteca, mercado, espaços públicos e piscinas municipais - causaram um prejuízo entre os 900 mil e um milhão de euros, valor semelhante ao dos prejuízos dos comerciantes de São Luís, a área da cidade que foi mais afetada.

Esta zona, situada a curta distância do centro, sofre tradicionalmente grandes inundações sempre que há intempéries em Faro, uma vez que para ali conflui a água de várias ruas adjacentes. Na Rua de São Luís, só uma das empresas afetadas registou mais de 800 mil euros de prejuízo, frisou o autarca.

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A estes prejuízos acrescem alguns danos particulares - como por exemplo em viaturas - que, segundo o levantamento da autarquia, rondam os 200 mil euros, havendo ainda um conjunto de particulares e empresas que já estão referenciadas mas ainda não forneceram à Câmara um valor, calculando-se que ronde os 150 mil euros, acrescentou.

Uma semana depois da intempérie, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, revelou que os municípios do Algarve que registaram danos provocados pela chuva forte no início do mês iriam ser abrangidos pelos apoios a conceder pelo Governo, mediante o levantamento dos prejuízos, tal como outros concelhos onde ocorreram fortes chuvas.

“A nossa expectativa é que o Governo possa ter condições para apoiar estas famílias e estas pessoas. A maior parte das empresas são empresas familiares e, mesmo em termos de danos privados, são pessoas que com muita dificuldade conseguem fazer face a estes prejuízos. Portanto, espero que o Governo possa apoiá-las”, sublinhou Rogério Bacalhau.

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O autarca congratulou-se com o facto de não ter sido registado qualquer dano pessoal, nem ter havido necessidade de realojar munícipes, já que a chuva afetou sobretudo equipamentos de estabelecimentos comerciais. À exceção da empresa que teve o maior prejuízo, em São Luís, as outras estão já a laborar, referiu.

Para fazer este levantamento, a Câmara contactou todas as pessoas nas áreas onde a água causou mais alagamentos e consultou as fichas dos bombeiros com todos os pedidos de ajuda registados nessa manhã, para entrar também em contacto com os envolvidos e conhecer os danos.

O presidente da Câmara de Faro reiterou que as inundações que afetaram a cidade nessa manhã resultaram da chuva intensa que caiu num curto espaço de tempo, e não pelo inadequado sistema de escoamento de águas pluviais, embora admitindo que este não está dimensionado para valores de precipitação acima do normal.

“O nosso sistema de escoamento não é mau e a prova disso é que aquilo ocorreu entre as 07:00 e as 08:00 com maior intensidade e meia hora depois já não havia água nenhuma. Portanto, assim que deixou de cair água, a água escorreu”, sublinhou, acrescentando que as áreas críticas são a zona de São Luís, a estação ferroviária e o Largo de São Francisco.

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A autarquia encomendou um projeto, que já está concluído, para tentar resolver a situação em São Luís, que sofre inundações de forma cíclica, através da colocação de mais tubagem e mais coletores.

“Se nós fizermos esta obra, provavelmente 90% das pequenas inundações que temos tido nos últimos anos vão deixar de acontecer”, afirmou, notando que o projeto ainda terá de ser objeto de pareceres e que é preciso arranjar financiamento, já que é uma obra que pode ascender aos cinco milhões de euros.

No dia 05 deste mês, o Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve registou 187 ocorrências relacionadas com o mau tempo, das quais 92 no concelho de Faro.

A situação mobilizou, em todo o Algarve, 410 operacionais, apoiados por 168 veículos dos agentes de Proteção Civil e outras entidades, nomeadamente os corpos de bombeiros, com 308 operacionais, e os serviços municipais de Proteção Civil.

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