Descoberta no celeiro de uma quinta, coberta de excremento de pássaros, uma pintura de Anthony van Dyck foi vendida por mais de 3 milhões de dólares (mais de 2,8 milhões de euros) num leilão da Sotheby's.
A obra é um estudo para uma pintura posterior produzida pelo mestre flamengo e intitulada "São Jerónimo". A pintura final está atualmente no Museu Boijmans van Beuningen em Roterdão, nos Países Baixos.
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O esboço, que retrata um homem idoso, nu, sentado num banco, é um dos dois únicos grandes estudos que o artista criou a partir de modelos vivos e, provavelmente, foi pintado entre 1615 e 1618, quando van Dyck era ainda um jovem que trabalhava ao lado do mestre Peter Paul Rubens, em Antuérpia.
A obra foi descoberta em 2002 no celeiro de uma quinta em Kinderhook, Nova Iorque, EUA, e adquirida na altura em leilão, por apenas 600 dólares (cerca de 550 euros), por Albert B. Roberts, "um colecionador apaixonado por obras 'perdidas', que descrevia a sua coleção como 'um orfanato para arte perdida que sofreu negligência'", explicou a Sotheby's.
Mas, em 2019, a historiadora de arte Susan J. Barnes publicou um artigo no qual certificava a autoria e considerava o esboço como uma obra "surpreendentemente bem preservada" de van Dyck.
A pintura foi oferecida à Sotheby's pelos administradores do espólio de Roberts, que morreu em 2021, e foi vendida por 3,1 milhões de dólares na passada quinta-feira. Uma parte dos lucros beneficiará a Albert B. Roberts Foundation, que apoia financeiramente artistas e instituições de caridade.
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