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1.600 detidos que protestavam contra a morte de 34.500 pessoas: polícia vs. manifestantes na América - aconteceu, está a acontecer

Protesto na UCLA termina com 132 detidos após horas de confrontos entre a polícia e os manifestantes. É mais um de dezenas de episódios semelhantes a terem lugar em campus universitários dos EUA nas últimas duas semanas, com os estudantes a exigirem o fim do apoio dos EUA e das suas instituições de ensino a Israel, face à guerra em curso na Faixa de Gaza

Passava pouco das 16h em Lisboa (11h da manhã em Washington DC) quando o presidente norte-americano deu uma curta conferência de imprensa sobre os protestos que estão a ter lugar em várias universidades norte-americanas.

"O povo americano tem o direito a fazer-se ouvir, mas o Estado de Direito tem de ser mantido", disse Joe Biden, referindo que estas manifestações nas faculdades "estão a pôr a teste o direito à liberdade de expressão" no país e criticando as instâncias de trespasse e vandalismo registados em alguns desses protestos. "A dissidência não deve conduzir à desordem", reforçou.

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Questionado sobre se as movimentações dos estudantes estão a fazê-lo reconsiderar as políticas norte-americanas na região do Médio Oriente, o chefe de Estado respondeu simplesmente "não" antes de abandonar o palanque.

Já depois de virar costas aos jornalistas, voltou a responder que "não" quando questionado se a Guarda Nacional deve ser chamada a intervir nas universidades para travar estes protestos estudantis.

Estas foram as primeiras declarações oficiais do chefe de Estado sobre as manifestações de apoio à Palestina que, há duas semanas, têm enchido vários campus universitários nos EUA.

De acordo com um balanço avançado esta manhã pelos media locais, pelo menos 1.600 estudantes já foram detidos nos diversos protestos que decorrem em universidades norte-americanas.

Esta quinta-feira de madrugada, renovadas manifestações na Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA) terminaram com confrontos entre a polícia e os manifestantes, após a administração da universidade ter chamado as autoridades para dispersarem o que considerou ser uma "concentração ilegal".

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"Os manifestantes estão a tentar reforçar a sua barricada enquanto agentes da polícia com equipamento de proteção tentam derrubá-la", adiantaram equipas da CNN Internacional a cobrir a situação na UCLA. "Os agentes estão a levar os manifestantes detidos em autocarros que a polícia tinha preparados num parque de estacionamento a cerca de 1,5 quilómetros do campus."

Após notícias a darem conta que a polícia tinha recorrido a balas de borracha no campus para dispersar os manifestantes, pelas 14 horas em Lisboa (6h da manhã em LA), a CNN Internacional avançou que a polícia já tinha conseguido controlar a manifestação. Cerca de duas horas depois, as autoridades confirmaram a detenção de 132 manifestantes, após a mobilização de cerca de 250 agentes para o local.

Manifestações intensificam-se por todo o país

Os eventos desta manhã são uma repetição do que tem acontecido nas últimas duas semanas em pelo menos 30 universidades dos Estados Unidos, entre elas a Universidade de Columbia e a City College de Nova Iorque (CCNY), com milhares de estudantes a erguerem acampamentos e barricadas em manifestações de apoio aos palestinianos da Faixa de Gaza.

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Ao início desta tarde em Lisboa, o departamento da polícia de Nova Iorque adiantou que, das mais de 100 pessoas detidas entre ontem e hoje em Columbia, 80 são alunas e 32 não estão filiadas à universidade. Do total de detidos no mesmo período na CCNY, 68 são alunas da faculdade, contra 102 sem ligação à instituição. A polícia diz que conseguiu apurar estas informações cruzando as identidades dos detidos com informações cedidas pelas universidades.

O número de detidos em diferentes protestos pelos EUA continua a aumentar. No último dia, 12 pessoas foram detidas num protesto na Universidade de New Hampshire, 17 foram detidas na Universidade do Texas em Dallas, pelo menos 15 foram levadas pela polícia da Universidade de Fordham e 16 na universidade de Buffalo (ambas em Nova Iorque), 9 em Dartmouth (New Hampshire) e um número ainda por determinar na Universidade do Wisconsin em Madison. Há também relatos de protestos semelhantes a decorrer esta quinta-feira em universidades da Austrália e do Reino Unido.

Os estudantes em protesto exigem o fim do apoio dos EUA a Israel e, concretamente, dos contratos e filiações das suas universidades a empresas e ao governo israelita face ao que está a acontecer no enclave palestiniano, onde mais de 34.500 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, já morreram na ofensiva lançada no rescaldo dos ataques de 7 de outubro perpetrados pelo Hamas, em que cerca de 1.200 pessoas morreram.

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