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Homem morre após imolar-se pelo fogo frente ao tribunal onde Trump está a ser julgado

Vítima foi identificada como Maxwell Azzarello, homem de 37 anos oriundo da Flórida, que antes de se incendiar lançou ao ar panfletos com uma série de teorias da conspiração sobre cabalas para controlar o mundo

Um homem que pegou fogo a si próprio na sexta-feira frente ao tribunal de Manhattan onde Donald Trump está a ser julgado por suspeitas de ter tentado comprar o silêncio de uma ex-amante durante a campanha presidencial de 2016.

A morte de Maxwell Azzarello, de 37 anos, natural de St. Augustine, na Flórida, foi confirmada este sábado pela polícia nova-iorquina. O homem chegou às imediações do tribunal pelas 13h30 locais (18h30 em Lisboa) de sexta-feira, retirou vários panfletos da sua mochila e atirou-os ao ar, antes de se regar com um líquido inflamável para se imolar.

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Aos jornalistas, o chefe da polícia, Jeffrey Maddrey, explicou que o homem "pegou numa lata de acelerador líquido, encharcou-se com ela e incendiou-se". Ainda conseguiu dar alguns passos em chamas até cair ao chão.

Transeuntes e agentes da polícia acorreram ao local, usando casacos e um extintor para tentarem apagar o fogo, que só seria completamente extinto pelos bombeiros. O homem foi transportado de urgência para o hospital em estado grave, onde acabaria por morrer já na madrugada deste sábado. Quatro agentes da polícia sofreram ferimentos ligeiros ao tentarem ajudá-lo.

O que motivou Maxwell Azzarello?

Aos jornalistas, o detetive responsável pelo caso, Joe Kenny, adiantou que os panfletos recolhidos no local da imolação promoviam uma série de teorias da conspiração, incluindo sobre alegados esquemas pirâmide e instituições de ensino serem fachadas para a máfia.

Numa publicação feita pelo próprio online, um post com mais de 2.600 palavras no Substack, Azzarello avisou que ia fazer um "ato extremo de protesto" contra um "esquema em pirâmide de triliões de dólares" criado pelos mais ricos do mundo para destruírem a economia global e teorizou sobre cidadãos comuns serem "vítimas de uma vigarice totalitária".

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O homem terá chegado a Nova Iorque algures durante a semana passada, sem que a família soubesse do seu paradeiro. Azzarello, adiantou Kenny, não estava no radar da polícia antes deste acontecimento nem o seu protesto parecia ter como alvo qualquer pessoa ou grupo em particular.

Citada pelo Washington Post, Julie Berman, nova-iorquina de 56 anos que estava no local para fotografar os protestos contra e a favor de Trump, disse que viu Azzarello pegar fogo a si próprio e que este tinha consigo um cartaz onde dizia algo sobre Trump e o atual presidente dos EUA, Joe Biden, estarem a trabalhar juntos para "orquestrar um golpe".

Azzarello terá dito a Berman para se afastar dele antes de se regar com o líquido inflamável, atirando os panfletos ao ar e voltando a regar-se com o mesmo líquido, antes de acender um isqueiro. "Tudo aconteceu tão rápido que eu demorei a perceber o que estava a acontecer", disse Berman, que inicialmente achou que o líquido em questão era água.

O incidente teve lugar no mesmo dia em que ficou completa a seleção dos 12 jurados para o julgamento de Trump, que é suspeito de ter pagado 130 mil dólares, através do seu advogado, à atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels, para comprar o seu silêncio sobre um caso amoroso que ambos terão mantido anos antes.

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