“As verificações técnicas foram devidamente efetuadas no avião, que já foi libertado e voltará a voar para Lisboa”, as declarações são da TAP e foram feitas na passada segunda-feira. Mas, desde então, a aeronave não regressou a Portugal. Passadas mais de 130 horas desde o incidente, o avião, segundo apurou a CNN Portugal, continua em solo dinamarquês.
Contactada pela CNN Portugal, esta quinta-feira, a TAP esclarece que a previsão inicial para o regresso da aeronave a Portugal não se cumpriu por falta de certificação das autoridades dinamarquesas para a viagem.
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De acordo com o site especializado em acidentes e incidentes aéreos The Aviation Herald, o Airbus A320-200 da companhia aérea portuguesa, com a matrícula CS-TNV, que transportava 102 passageiros e sete elementos da tripulação, foi obrigado a abortar a aterragem na passada sexta-feira quando já estava próximo da pista, depois de a aeronave ter perdido drasticamente velocidade sobre o solo.
Cerca de 20 minutos depois, a aeronave da TAP efetou uma nova tentativa de aproximação à pista e desta vez a aterragem foi bem sucedida.
O A320 encontra-se Aeroporto de Copenhaga, onde estará a ser sujeito a verificações do Havarikommissionen da Dinamarca (AIB DK), conselho de investigação de acidentes aéreos dinamarquês, da própria Airbus e de uma empresa subcontratada pela TAP. Este é um procedimento comum sempre que existe algum tipo de avaria numa aeronave, quer em Portugal como na maioria dos outros países do mundo.
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Contactada pela CNN Portugal, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) diz que o processo está a cargo do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), que é "organismo do Estado Português que tem por missão investigar acidentes e incidentes graves na aviação civil e no transporte ferroviário". Também a ANAC considera este atraso como comum, uma vez que a libertação da aeronave só é feita quando estiverem garantidas todas as condições de segurança, o que pode demorar diferentes períodos de tempo consoante o tipo de avaria.
"A manutenção tem que verificar e liberar o avião. Isto pode demorar algum tempo, mais ou menos dependendo do tipo da avaria detetada", explica a ANAC.
Quanto ao regresso da aeronave a Portugal, o responsável português diz que este “é um assunto que transcende o GPIAAF”. A CNN Portugal sabe, no entanto, que o avião não deverá voltar a aterrar a solo nacional antes do início da próxima semana.
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O GPIAFF explica à CNN Portugal que foi notificado ainda na sexta-feira e que imediatamente desencadeou todas ações e entrou em contacto com a autoridade de investigação dinamarquesa, “a quem compete a primazia do direito e obrigação de investigação”. A autoridade portuguesa esclarece ainda que tem estado desde então a colaborar no processo de averiguação.
“No âmbito do processo de investigação aberto por esse organismo homólogo, e conforme previsto no Anexo 13 da ICAO e no Regulamento (EU) 996/2010, o GPIAAF enquanto representante do Estado de registo e do Operador, está a colaborar com a investigação”, explica o GPIAFF.
Perante as questões da CNN Portugal, O GPIAFF remeteu a resposta para o comunicado da própria AIB DK, onde se pode ler que na “sexta-feira, 8 de abril, às 12:05 um incidente sério ocorreu com um avião Airbus A320-200 durante a aterragem no Aeroporto Internacional de Copenhaga, Kastrup”.
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O documento descreve ainda o incidente em detalhe: “A tripulação abortou a aterragem e iniciou uma manobra de go-around. Durante o processo, o reversor do motor esquerdo da aeronave não estava fechado corretamente, o que afetou a capacidade de ganhar altitude e reduziu o controlo dos pilotos sobre o avião. As asas ou motores da aeronave não entraram em contacto com o solo durante a aterragem abortada ou, subsequentemente, na manobra de go-around”.
“Não foram reportados ferimentos entre os 109 ocupantes”, aponta o comunicado da autoridade dinamarquesa.
Os responsáveis dinamarqueses salientam que o “incidente grave” ocorreu em plena luz do dia e sob condições meteorológicas adversas, garantido que as investigações de segurança continuam em andamento.
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Pilotos contactados pela CNN Portugal explicam que esta manobra de go-around, ou borregar, consiste em descontinuar uma aproximação à pista por qualquer razão e que é uma das manobras mais comuns da aviação civil.
Os especialistas garantem que ninguém esteve em perigo e destacam o modo como a tripulação lidou com toda a ocorrência perante as condições meteorológicas adversas, os ventos cruzados que se faziam sentir e a avaria inesperada no motor principal da asa esquerda. Os passageiros terão estado sempre a par da ocorrência, porque, de acordo com os aviadores, ou o comandante ou um membro da tripulação faz sempre um discurso para avisar o resto dos ocupantes da aeronave.
Os pilotos entrevistados, que preferiram não ser identificados, acreditam que o voo de retorno a Portugal poderá ser feito já com passageiros a bordo da aeronave, de modo a minimizar os prejuízos da ocorrência para a companhia aérea nacional.
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Na segunda-feira, a TAP revelou que tinha conhecimento da ocorrência, garantindo que não tinha “qualquer relatório com danos em qualquer parte da aeronave relacionada com o contacto com o solo”, como avançaram as primeiras notícias.
Quanto à trajetória e parâmetros do voo, a TAP garantia que “os dados de voo serão analisados durante o processo de investigação de segurança” que estaria a ser levado a cabo pelas autoridades dinamarquesas.
“Nesta fase, é demasiado cedo para tirar conclusões precipitadas antes do final da investigação”, explicou a TAP em resposta por escrito enviada à CNN Portugal.
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