André Ventura foi este sábado reeleito presidente da Direção Nacional do Chega com 98,3% dos votos. "É uma enorme gratidão. Tivemos um resultado superior ao último congresso", congratulou-se.
Lembrando todos os "ataques" e "sobressaltos" que teve, o recém-reeleito presidente do Chega salientou a "unidade" do partido. Importa referir que André Ventura foi a votos sem qualquer adversário nestas eleições internas, que registaram 0,9% votos brancos e 0,8% votos nulos. No total, votaram 659 militantes.
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"O presidente só sai e só abandona funções quando vocês disserem", afirmou, exigindo "estabilidade" ao partido.
André Ventura já foi a votos várias vezes, tendo obtido sempre resultados acima dos 90%. Na primeira vez que se apresentou a votos, na convenção fundadora do partido, em junho de 2019, teve 94% dos votos.
Apenas foi desafiado nas eleições diretas de novembro de 2021. Nessas diretas, alcançou 94,78% dos votos, enquanto o seu adversário, o empresário Carlos Natal, obteve 5,22%. Agora, voltou a ser eleito em convenção, como estabelecem os estatutos de 2019, os quais o Chega decidiu voltar a adotar na sequência do chumbo pelo Tribunal Constitucional dos estatutos mais recentes.
"O Chega não quer falsas geringonças, quer governar"Num discurso efusivo, André Ventura deixou uma mensagem aos restantes partidos: "Escusam de falar linhas vermelhas", afirmou, declarando que "só o povo português" é que as estabelecerá: "O Chega não quer falsas geringonças, quer governar".
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"Para nós há apenas uma entidade que estabelece quais são as linhas vermelhas, e essa entidade não se chama Luís Montenegro, nem Rui Rocha, nem Augusto Santos Silva, nem António Costa, chama-se povo português e só ele estabelecerá as linhas vermelhas de Portugal e do partido Chega", garantiu.
Eu quero que todos compreendam que a mensagem que sai deste congresso é uma e só uma: nós queremos ser Governo em Portugal, mas não estamos dispostos a 'geringonças' de direita porque elas nunca funcionaram e connosco também não vão funcionar", salientou, defendendo que, após as próximas eleições legislativas, "a direita terá uma escolha, ou há governo com o Chega ou não há governo de todo".
Referindo-se a Portugal como "o país que levou o cristianismo aos quatro cantos do mundo", o presidente do Chega afirma querer "um país de ordem", com direito a "ruas seguras" e "justiça".
"Dão-me mais uma oportunidade para dar tudo o que tenho, nesta luta sem tréguas contra a corrupção em Portugal. Doa a quem doer, até nas mais altas esferas do Estado", assumiu.
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A V Convenção Nacional do Chega, iniciada na noite de sexta-feira, decorre até domingo no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, para eleição do presidente e dos órgãos nacionais.
A reunião magna - a primeira desde que o Chega se tornou a terceira força política no parlamento, com a eleição de 12 deputados - foi marcada na sequência do chumbo dos estatutos pelo Tribunal Constitucional mas o partido decidiu não fazer mais alterações às suas regras internas e voltar a adotar os estatutos originais, de 2019.
A convenção termina com o último discurso de André Ventura, após a sua reeleição como presidente do partido e a eleição dos órgãos.
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