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Quase 4.500 enfermeiros pediram escusa de responsabilidade, mais de mil só desde o início do ano

Ordem dos Enfermeiros chama a atenção para "degradação dos serviços" devido à falta de profissionais. CNN Portugal deu a conhecer o caso de 101 enfermeiros do Serviço de Urgências do Hospital Santa Maria em Lisboa

Quase 4.500 enfermeiros pediram escusa de responsabilidade, mais de 1.400 dos quais desde o início do ano, devido à “degradação dos serviços” por falta de profissionais, anunciou esta terça-feira a ordem da classe.

“No total, até à presente data, a Ordem dos Enfermeiros (OE) recebeu 4.475 pedidos de escusa de responsabilidade, quando no final de dezembro havia o registo de 3.013 declarações apresentadas”, adiantou a instituição liderada pela bastonária Ana Rita Cavaco.

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Em comunicado, a ordem salienta que em causa está a “degradação dos serviços, sobretudo devido à falta de enfermeiros” para responder ao número de doentes que têm de acompanhar.

Esta declaração foi disponibilizada pela OE a todos os enfermeiros para acautelar a eventual responsabilidade disciplinar, civil ou criminal desses profissionais, “face ao elevado número de doentes a seu cargo, uma vez que está demonstrado por estudos internacionais que, por cada doente a mais a cargo de um enfermeiro, a mortalidade sobe 7% nos hospitais”, avançou o comunicado.

Os dados hoje disponibilizados indicam que, no último mês, chegaram à OE novamente pedidos de escusa de responsabilidade de profissionais do Hospital de Leiria, que já ascendem a 2.185, de um total de 2.802 da região Centro, que engloba também as situações de Coimbra, Caldas da Rainha e Guarda.

“Na região Sul, com um total de 1.224 declarações de escusa, são os hospitais de Setúbal, Algarve e Amadora Sintra que enfrentam as situações mais graves, além do Santa Maria, onde já esta semana 101 enfermeiros da urgência pediram escusa de responsabilidade”, adiantou a ordem.

Este domingo, a CNN Portugal deu a conhecer o caso de 101 enfermeiros do Serviço de Urgências do Hospital Santa Maria em Lisboa, que apresentaram a carta de escusa de responsabilidade à administração daquela unidade hospitalar.

Os profissionais garantem não ter condições para prestar os devidos cuidados de saúde aos doentes, com as urgências “entupidas” com esperas de internamento.

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