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Porque é que as mulheres morrem mais com as ondas de calor do que os homens? Ciência aponta 7 razões

Da maior probabilidade de viverem sozinhas a uma menor produção de suor, são vários os fatores já apontados pela ciência para justificar a maior vulnerabilidade das mulheres

Ainda antes de a Europa se ter visto numa onda de calor sem precedentes, há muito que a ciência tenta explicar porque é que as mulheres são mais vulneráveis às temperaturas elevadas excessivas do que os homens, correndo até um maior risco de morrer.

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Uma revisão científica levada a cabo por cientistas dos Países Baixos, e publicada na revista International Archives of Occupational and Environmental Health, revela que ser mulher aumenta, por si só, em 15% o risco de morte perante ondas de calor, sendo que a idade é também um fator de risco - mas, aqui, é tanto para a mulher como para o homem, uma vez que as pessoas mais idosas, assim como as crianças, são consideradas de risco neste tipo de fenómenos.

Já este ano, um outro estudo - publicado na mesma revista e com a população dos Países Baixos como protagonista novamente - também conclui que “a mortalidade relacionada com o calor foi maior no sexo feminino do que no masculino, principalmente na faixa etária mais avançada (≥ 80 anos), enquanto no frio não foram encontradas diferenças entre os sexos”. E é neste estudo que entram alguns dos principais motivos para esta maior vulnerabilidade feminina. Um deles diz respeito ao facto de as mulheres viverem mais anos do que os homens e, por isso, estão mais expostas a estes fenómenos, sobretudo em idade mais avançada.

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Mas que outros fatores podem estar em jogo? A menor produção de suor da mulher, em comparação com o homem, também é uma possibilidade. A menor capacidade de sudação da mulher faz com que esta tenha, também, uma menor capacidade de arrefecer o corpo.

Tal como relata este último estudo, “o calor coloca um stress considerável no sistema cardiovascular” e “a tensão cardiovascular é supostamente maior em mulheres, potencialmente explicando seu maior risco de mortalidade”.

Contudo, não é apenas a biologia que dita o impacto, por vezes fatal, das ondas de calor nas mulheres. O facto de as mulheres tenderem mais a viver sozinhas do que os homens também é um dos motivos apontados pela revisão científica, que cita um estudo de 2019 sobre o assunto. Além de “o isolamento físico e social estar altamente correlacionado” com a mortalidade relacionada ao calor, “também foi relatado que as mulheres tendem a ser menos ativas no geral, mas mais ativas em casa” e “continuarem essas atividades durante as ondas de calor e estarem menos aptas fisicamente coloca as mulheres em maior risco de superaquecimento e tensão cardiovascular do que os homens”.

E o contexto social onde se inserem também tem impacto, como nota um estudo da Monash University, na Austrália, onde se lê que “a opressão sistémica de género, associada a papéis discriminatórios de género, desequilíbrios de poder e acesso a recursos económicos, é identificado o clima e o calor como um fator-chave de risco para a saúde das mulheres, que compõem a vasta a maior parte dos pobres globais”.

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