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Eleições em Angola: BE fala de “sério aviso” ao regime e diz que MPLA “tem os mínimos para governar”

“os resultados eleitorais mostram que não é difícil de prever que vá existir uma forte oposição popular ao executivo de João Lourenço”, refere Luís Fazenda, fundador e dirigente do partido

O BE considerou esta segunda-feira os resultados eleitorais em Angola um “sério aviso” à continuidade do regime do MPLA que “tem os mínimos para governar”, antecipando uma “forte oposição popular” ao executivo de João Lourenço.

Em declarações à agência Lusa depois de os resultados definitivos das eleições em Angola terem dado a vitória MPLA com 51% dos votos contra 44% da UNITA, o dirigente do BE Luís Fazenda considerou que o partido de João Lourenço “tem os mínimos para governar, numas eleições que são completamente controladas pelo aparelho de Estado do MPLA”.

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“Isto só pode ser entendido como um sério aviso à continuidade do regime que foi instaurado pelo MPLA, tem sido um regime de partido único e que neste momento enfrenta uma crise de representatividade e de legitimidade”, defendeu.

Na opinião do fundador e dirigente do BE, “os resultados eleitorais mostram que não é difícil de prever que vá existir uma forte oposição popular ao executivo de João Lourenço”, considerando que “isso é muito previsível na capital e em várias outras regiões do país”.

Para Luís Fazenda, estes resultados eleitorais foram um “aviso ao regime”, um regime “cleptocrático, um regime que nos últimos anos manteve uma repressão contínua e toda uma conflitualidade enorme com movimentos sociais, com protestos da juventude”.

“Há, com certeza, condições para alterar os termos em que a governação política tem existido em Angola, aliás muito distante dos termos da Constituição”, antecipou.

Referindo-se ao discurso de “reclamação de vitória política” de João Lourenço, o bloquista afirmou que foi feito “um conjunto de promessas democráticas”.

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“Mas o crédito que elas podem ter interna e internacionalmente não é mais do que aquilo que tiveram as promessas que fez para acabar com a corrupção ou trazer transparência como montra da governação em Angola e tudo isso não passou de uma cortina de fumo para a decadência do poder político do MPLA”, criticou.

Segundo os resultados das eleições desta segunda-feira apresentados, votaram 44,82% dos 14,4 milhões de eleitores, com 1,67% de votos brancos e 1,15% de votos nulos.

O MPLA arrecadou 3.209.429 de votos, ou seja 51,17%, elegendo 124 deputados, e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) conquistou 2.756.786 votos, garantindo 90 deputados, com 43,95% do total.

O plenário da CNE proclamou assim Presidente da República de Angola, João Lourenço, cabeça de lista do MPLA, o partido mais votado e vice-presidente, Esperança da Costa, segunda da lista do MPLA.

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