A primeira descida de taxas de juro em quase cinco anos por parte do Banco Central Europeu (BCE) no início de junho impulsionou um novo recuo das taxas Euribor, acelerando um movimento que já se vinha a fazer sentir desde o final do ano passado, embora com algumas oscilações.
Em junho, a média das Euribor recuou em todos os prazos, mas no caso da Euribor 3 meses e da Euribor 6 meses, aquela que atualmente é a mais usada nos contratos de crédito à habitação em Portugal, a descida foi mesmo a mais significativa desde que os juros deixaram de estar em terreno negativo há mais de dois anos.
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Para o futuro, o que se prevê é que o BCE volte a descer taxas, pelo menos duas vezes até ao final de 2024, mais concretamente nas reuniões de setembro e de dezembro. Mas quando no próximo mês a instituição liderada por Christine Lagarde voltar a reunir, a decisão deverá ser a de deixar as taxas inalteradas. Mais uma vez, na base da decisão deverão estar os dados económicos que vão sendo divulgados, principalmente os resultados da evolução da inflação, mas também os da atividade económica na zona euro. Na próxima semana, na terça-feira, serão conhecidos os dados da inflação de junho, ficando-se, então, a saber se a aceleração dos preços registada em maio se manterá, ou não.
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Os responsáveis do BCE têm vindo, no entanto, a afastar qualquer tipo de urgência para novas descidas de taxas de juro. No início da semana passada, por exemplo, o economista-chefe do BCE, Philip Lane, disse numa entrevista à Reuters que não havia uma "urgência aguda" em baixar as taxas de juro se a economia continuasse a expandir-se.
Independentemente do que vier a acontecer, certo é que os detentores de contratos de crédito à habitação, cujo contrato seja revisto em julho, vão sentir uma diminuição da prestação a pagar ao banco.
Pegando no exemplo de um crédito de 200 mil euros indexado à Euribor 6 meses, com um prazo de 30 anos e um spread (margem do banco) de 1%, que seja revisto em julho, com base na média da Euribor de junho, a descida da prestação deverá chegar aos 24 euros. Mas o mesmo contrato, se for indexado à Euribor a 12 meses, deverá registar um recuo na prestação de 40 euros.
Apesar destas descidas, quando se avalia o que aconteceu nos últimos dois anos, verifica-se que o valor da prestação ainda se encontra muito acima do valor que se verificava. Usando os mesmos dois exemplos, mesmo com a descida que se vai verificar em julho, os detentores destes contratos ainda estão a pagar uma prestação muito superior à que pagavam. No caso do contrato indexado à Euribor 6 meses, a prestação ainda está mais de 370 euros acima do que a que a prestação que era paga em julho de 2022. E no caso da Euribor 12 meses, a diferença ainda chega quase aos 300 euros.
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Confira o seu caso:
Quanto já aumentou e como vai evoluir em julho a prestação da casaEmpréstimo a 30 anos com spread de 1% (valores de junho até dia 27)
EURIBOR 3 MESES
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EURIBOR 6 MESES
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EURIBOR 12 MESES
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