Um avião da Japan Airlines, que transportava mais de 370 passageiros, colidiu esta terça-feira com uma aeronave da Guarda Costeira que se preparava para descolar na pista do aeroporto Haneda, em Tóquio, Japão.
A colisão ocorreu no momento em que o avião da Japan Airlines, um Airbus A350, aterrou no aeroporto de Haneda, um dos mais movimentados do Japão, proveniente do aeroporto de Shin Chitose, na ilha de Hokkaido. O avião transportava 379 passageiros, incluindo tripulantes.
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No momento da aterragem, o Airbus A350 colidiu com uma aeronave da Guarda Costeira, conhecida como Bombardier Dash-8, que se encontrava na pista com seis passageiros a bordo, incluindo o piloto. A aeronave preparava-se para partir em direção à cidade de Niigata para enviar ajuda à população afetada pelo violento terramoto na penísula de Noto.
Todos os 379 passageiros do Airbus A350 (entre os quais oito crianças) foram retirados do avião com segurança, o que surpreendeu os pilotos mais experientes, como Roger Whitefield. “Acabámos de testemunhar um milagre”, declarou o ex-piloto de voos comerciais, citado pela Sky News. “A forma como retiraram todos aqueles passageiros do avião é quase inacreditável", admitiu.
Os tripulantes do avião da Guarda Costeira não tiveram o mesmo desfecho. Apenas o piloto conseguiu escapar com vida, enquanto os outros cinco acabaram por morrer.
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As causas da colisão ainda não são conhecidas, tendo sido aberta uma investigação no aeroporto Haneda. Em declarações à Sky News, Tim Atkinson, piloto e consultor de aviação, explicou que o Bombardier Dash-8 é um avião comercial que faz curtas distâncias e que tem cerca de 50 a 80 assentos. Estes aviões “não são nada parecidos com o tamanho dos A350”, mas são “grandes o suficiente para ter um volume significativo de combustível a bordo”, adianta.
Além disso, o piloto salienta as dificuldades de visão num aeroporto com a dimensão e movimento do Haneda. Tim Atkinson descreve o cenário como "um ambiente visualmente desafiante" quer para os controladores de tráfego aéreo, quer para os pilotos.
“Quando alguém se aproxima de uma pista à noite, muitas vezes é difícil perceber aqueles pequenos sinais, por exemplo, de uma aeronave relativamente pequena”, adiantou o ex-piloto, que faz investigação de acidentes aéreos.
Apesar de ainda não haver informação sobre o que falhou na pista, o Flight Radar 24, uma plataforma que rastreia voos em todo o mundo, mostra que o avião da Guarda Costeira não estava equipado com um transponder ADS-B moderno, um equipamento usado para transmitir com precisão informações sobre a posição de uma aeronave para os controladores do terreno e diretamente para outras aeronaves, sendo mais precisos do que o tradicional uso de vigilância por radar.
O aeroporto vai continuar encerrado enquanto os investigadores estiverem no local. De acordo com a Sky News, há, no entanto, esperanças de que possa ser reaberto ainda esta quarta-feira.
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