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Toneladas de peixes mortos a boiar. Nas águas do Oder, as águas escondem um problema ainda maior (e uma polémica entre dois países)

A Alemanha atira as culpas à Polónia. A Polónia diz que só soube do problema na última semana. Os peixes mortos começam a acumular-se. As populações são aconselhadas a não contactar com a água. Ainda não é certo que substância causou esta mancha de morte

Os primeiros sinais começaram no final de julho mas só esta semana é que o problema veio, literalmente, à tona: toneladas de peixes mortos a boiar no rio Oder, na fronteira entre a Alemanha e a Polónia.

Na origem deste desastre natural está uma substância desconhecida e altamente tóxica, avançou o ministro do ambiente do estado alemão de Brandemburgo, Axel Vogel, após as análises feitas à água.

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Ainda não foi possível determinar quantos animais morreram. O processo de recolha já começou, inclusive com recurso a voluntários. A Polónia tem também planos para montar uma barreira perto da cidade de Kostrzyn para fazer essa coleta, com recurso a 150 soldados.

Entretanto, enquanto a real dimensão vai sendo apurada, Alemanha e Polónia trocam acusações sobre a demora na identificação do problema. “As cadeias de comunicação entre o lado polaco e alemão não funcionaram neste caso”, atirou Axel Vogel.

Já o primeiro-ministro polaco Mateusz Morawiecki garante que só tomou conhecimento desta situação “nos dias 9 ou 10 de agosto”. Os primeiros relatos de moradores e pescadores remontam a 28 de julho. O governante comprometeu-se a responsabilizar eventuais culpados e oferece uma recompensa superior a 200 mil euros para quem ajude a identificá-los. “A escala da poluição é muito grande. Tão grande que o Oder pode levar anos para voltar a um estado bastante normal”, reconheceu, explicando que terá sido atirado lixo químico ao rio.

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A imprensa local alemã chegou a avançar que o laboratório estatal encontrou altos níveis de mercúrio na água. Mas a entidade responsável pela gestão da água na Polónia assegurou à emissora Polsat News que a presença dessa substância ainda tinha de ser confirmada.

As autoridades germânicas avisaram as populações de Uckermark e Barnim a evitar o contacto com a água de Oder e de um canal adjacente.

Michael Tautenhahn, chefe adjunto do parque nacional que rodeia o rio Oder, teme que os pescadores percam o sustenta e que os turistas também desapareçam à custa deste episódio. Porque, para lá dos peixes, as águas escondem outros animais aquáticos. Os que vêm à tona são “apenas a parte visível o iceberg”, diz.

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