De acordo com o presidente ucraniano, a título de exemplo, há peças de origem norte-americana, alemã, britânica ou japonesa
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denuncia a presença de milhares de componentes fornecidos por empresas estrangeiras nos sistemas de mísseis e drones utilizados pela Rússia para atacar a Ucrânia no último fim de semana.
A título de exemplo, Zelensky aponta peças de origem norte-americana, alemã, britânica ou japonesa. "Durante os ataques maciços da noite de 5 de outubro (sábado a domingo), a Rússia utilizou 549 sistemas de armas que continham 102.785 componentes de fabrico estrangeiro", disse nas redes sociais, citando uma dúzia de países acusados de não impedir esses fornecimentos.
De acordo com a publicação de Zelensky, há ainda componentes de fabrico chinês, suíço, sul-coreano e neerlandês. “Quase 100.688 peças fabricadas no estrangeiro estavam nos drones de ataque lançados, cerca de 1.500 estavam nos Iskanders, 192 nos mísseis Kinzhal e 405 nos Kalibrs”, precisa.
In the fourth year of the full-scale war, Russia continues to obtain components for producing weapons. During the massive combined strike on Ukraine on the night of October 5, Russia used 549 weapon systems containing 102,785 foreign-made components — from companies in the United…
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) October 6, 2025
Zelensky particulariza o caso de “empresas nos Estados Unidos que fabricam conversores para mísseis Kh-101 e drones do tipo Shahed/Geran, sensores para esses drones e para mísseis Kinzhal, conversores analógico-digitais para drones e mísseis e microeletrónica para mísseis”.
Numa longa publicação nas redes sociais, o presidente ucraniano diz ainda que Ucrânia “está a preparar novas sanções contra aqueles que ajudam a Rússia e a sua guerra” e adianta que já avançou com “propostas para restringir os esquemas de abastecimento”. “Os parceiros já possuem dados detalhados sobre cada empresa e cada produto — eles sabem o que visar e como responder. Esta semana, os coordenadores de sanções do G7 vão reunir-se, e esperamos uma decisão sistémica para garantir que as sanções sejam realmente eficazes. É crucial encerrar todos os esquemas que contornam as sanções, porque a Rússia usa cada um deles para continuar a matar”, alega.
A Rússia lançou um dos maiores e mais longos ataques aéreos contra a Ucrânia desde o início da guerra no Leste Europeu, entre a noite de sábado e a madrugada de domingo. Uma ofensiva que contou com cerca de 600 drones e mísseis disparados contra diferentes partes do território ucraniano. Kiev afirmou que o ataque durou 12 horas e que morreram pelo menos quatro pessoas, incluindo uma adolescente de 12 anos.