Rangel quer Portugal “na linha da frente” de defesa de estatuto de candidato à UE e critica Costa por ser "demasiado reservado"

Agência Lusa , BCE
21 abr 2022, 17:29
Paulo Rangel

Questionado sobre a ausência do PCP sobre a sessão solene no parlamento com o presidente da Ucrânia - para a qual foram convidados os eurodeputados -, o vice-presidente do grupo do Partido Popular Europeu disse ter pena, mas não estar surpreendido

O eurodeputado do PSD Paulo Rangel lamentou esta quinta-feira que Portugal não esteja “na linha da frente” na defesa do estatuto de candidato à UE da Ucrânia, e criticou António Costa por não ter feito “um cordão sanitário” ao PCP.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, no final de uma reunião entre o grupo parlamentar do PSD e três dos eurodeputados sociais-democratas, Paulo Rangel considerou que é necessária “alguma prudência” quanto à adesão da Ucrânia à União Europeia.

“É preciso alguma prudência, mas acho que António Costa foi demasiado reservado. Nós devíamos dar um sinal mais claro à Ucrânia e há todas as condições para o fazer. Não significa uma adesão rápida, mas, pelo menos, o estatuto do candidato devíamos assegurar que até ao verão está garantido”, defendeu.

Na quarta-feira, numa entrevista promovida pelo Clube de Jornalistas, em parceria com a agência Lusa e com a Escola Superior de Comunicação Social, o primeiro-ministro afastou a possibilidade de êxito de um rápido processo da Ucrânia à União Europeia, apontando problemas por resolver entre vários Estados-membros que estão “desconfortáveis” desde o Tratado de Lisboa.

“Para já, Portugal devia estar na dianteira da defesa do estatuto de candidato e é pena que o primeiro-ministro não tenha feito disto uma bandeira da política europeia portuguesa”, criticou Rangel.

Rangel diz não estar surpreendido com posição do PCP

Questionado sobre a ausência do PCP sobre a sessão solene desta quinta-feira no parlamento com o presidente da Ucrânia - para a qual foram convidados os eurodeputados -, o vice-presidente do grupo do Partido Popular Europeu disse ter pena, mas não estar surpreendido.

“É estranho é que, durante seis anos, o PS tenha feito política com um partido que tem as posições que tem o PCP. Estão sempre a falar de um cordão sanitário, como é que o partido de António Costa esteve seis anos sem fazer um cordão sanitário a um partido que acha normal o que está a acontecer na Ucrânia e diz que os culpados são os Estados Unidos e os países europeus?”, questionou.

Paulo Rangel esteve ladeado pelo chefe da delegação do PSD no Parlamento Europeu, José Manuel Fernandes, da eurodeputada Lídia Pereira e do líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, todos com um pin azul e amarelo, as cores da bandeira da Ucrânia.

O eurodeputado disse esperar que esta quinta-feira o presidente Zelensky deixe “um pedido de ajuda lancinante” no seu discurso no parlamento. “Seja no plano militar, seja no plano financeiro, seja no plano humanitário, nós precisamos neste momento de reforçar a ajuda à Ucrânia e isso é uma evidência”, afirmou.

Paulo Rangel admitiu que, se será difícil avançar com a cobertura aérea do espaço ucraniano, pelo menos “o embargo total ao petróleo e ao gás já devia estar feito”. “Nós continuamos a financiar com 800 a mil milhões de euros por dia a economia russa e com isso financiar a guerra, que pode afetar não apenas os ucranianos, mas todos nós”, afirmou.

A reunião entre os eurodeputados e a nova direção da bancada social-democrata serviu também para coordenar os trabalhos do PSD para os próximos meses a nível dos dois parlamentos.

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