Zelensky acusa exército russo de se estar a tornar "o mais bárbaro e desumano" da história

20 abr 2022, 09:19
Volodymyr Zelensky (Ukrainian Presidential Press Office via AP)

Presidente ucraniano alerta que a situação em Mariupol é "o mais severa possível" e culpa a Rússia por ser "fonte de mal absoluto"

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, realçou, esta terça-feira à noite, que a Rússia está a "apostar tudo o que tem" na Ucrânia e acusou o Exército russo de se estar a inscrever como o "mais bárbaro e desumano" da história.

“Mobilizaram quase tudo e todos" que "são capazes de combater a Ucrânia”, referiu o governante, no seu discurso de vídeo dirigido ao país.

Apesar da Rússia garantir que está a atingir apenas alvos militares, o chefe de Estado ucraniano apontou que as forças russas continuam a “atacar zonas residenciais e a matar civis”.

"Nesta guerra, o exército russo inscrever-se-á para sempre na história mundial como talvez o exército mais bárbaro e desumano do mundo", vincou o presidente ucraniano, que acrescentou: "Matar propositadamente civis, destruir bairros residenciais e infraestruturas civis, utilizando todo o tipo de armas para tal, incluindo as proibidas pelas convenções internacionais, é a assinatura do exército russo. E isto é maldade, que marcará o Estado russo como uma fonte de mal absoluto durante gerações".

Situação em Mariupol é "o mais severa possível"

O presidente da Ucrânia afirmou ainda que a atual situação na cidade de Mariupol é "o mais severa possível", devido ao bloqueio dos militares russos de todas as tentativas de estabelecer corredores humanitários para fora daquela cidade portuária estratégica no sudeste da Ucrânia, de forma a “salvar o povo”.

“A situação em Mariupol mantém-se inalterada – o mais severa possível. O exército russo bloqueou todos os esforços para organizar corredores humanitários e salvar pessoas”, acrescentou, dizendo que em risco estão as vidas de dezenas de milhares de pessoas.

Em declarações reproduzidas pela CNN, Volodymyr Zelensky diz que as tropas russas também avançam sobre Kharkiv e Dnipro, além de todo o território do Donbass, onde “aumentou significativamente a ofensiva”.

Volodymyr Zelensky acrescentou que o Kremlin (presidência russa) não respondeu a uma proposta de Kiev para a troca de Viktor Medvedchuk, deputado e empresário próximo de Vladimir Putin, atualmente detido, por defensores de Mariupol.

O governante pediu ainda aos países ocidentais para fornecerem as armas prometidas o mais rápido possível: "Se recebermos agora o que alguns dos nossos parceiros planeiam dar à Ucrânia nas próximas semanas, isso poderá salvar a vida de milhares e milhares de pessoas", garantiu.

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