A Rússia fez outro ultimato às forças ucranianas em Mariupol para largarem as armas esta quarta-feira, depois do fracasso na terça-feira. O tempo expirou e, embora a cidade portuária sitiada esteja cercada por forças russas, ainda não caiu
Terminou o prazo do ultimato feito pela Rússia aos últimos combatentes da cidade sitiada de Mariupol. Até às 12:00 (hora de Lisboa) desta quarta-feira, pelo menos cinco soldados ucranianos renderam-se às forças russas.
"Cinco militares ucranianos depuseram as armas e abandonaram voluntariamente a fábrica Azovstal", afirmaram as autoridades da autoproclamada República Separatista de Donetsk, não reconhecida pela comunidade internacional, num comunicado citado pela agência francesa AFP.
Embora a cidade portuária sitiada esteja cercada por forças russas, ainda não caiu. No entanto, as condições podem piorar em breve, revela o comandante militar ucraniano à CNN Internacional, a partir do local, afirmando que os resistentes podem ter "apenas alguns dias ou até horas restantes".
Importa referir que o destino de Mariupol, a cidade portuária de uma grande importância estratégica, depende da siderúrgica Azovstal, que permanece sob o controlo das forças ucranianas, apesar dos incessantes ataques russos. As autoridades locais afirmam que centenas de civis continuam abrigados nas caves, mas com os recursos (nomeadamente água e comida) a diminuir a cada dia que passa.
Forças russas tentam avançar para Zaporizhzhia, que faz parte da rota do corredor humanitário
A Rússia e a Ucrânia acordaram um corredor humanitário para retirar mulheres, crianças e idosos de Mariupol. Segundo a vice-primeira-ministra ucraniana, a caravana estava programada para partir esta quarta-feira da cidade portuária em direção a Manhush, seguindo depois para cidade de Berdyansk - controlada pela Rússia - e finalmente para o norte, em direção à cidade de Zaporizhzhia, controlada pela Ucrânia.
Mas à medida que os combates se intensificam no leste do país, as forças russas tentam avançar em direção a Zaporizhizhia - cidade que faz parte da rota de evacuação, informou o Conselho Regional.
"A situação na linha da frente sugere que o inimigo está a tentar avançar em direção a Zaporizhzhia, mas sofre perdas e concentra os seus principais esforços na manutenção das fronteiras ocupadas", disse o conselho, em comunicado citado pela CNN Internacional.
Além disso, as tropas russas continuam a bombardear as posições do inimigo e a insistir com operações ofensivas na direção de Pokrovske - Huliaipole, acrescentou o conselho.
As forças russas continuam a ocupar a parte sul da região e, segundo o conselho, estabeleceram uma base na cidade de Melitopol, perto de áreas residenciais.
