“Só queríamos estar juntos”. Casal ucraniano casou-se à pressa no meio dos ataques

CNN , De Jack Guy
25 fev 2022, 08:59
Yaryna Arieva e o seu companheiro Sviatoslav Fursin casaram-se ao som das sirenes de raides aéreos (CNN)

Yaryna Arieva e o companheiro Sviatoslav Fursin confessam que, aquilo que "devia ser o momento mais feliz das suas vidas", acabou por ser um dia "muito assustador"

Não foi o dia de casamento que imaginaram, mas quando a Rússia atacou o seu país, na quinta-feira, Yaryna Arieva e o seu companheiro Sviatoslav Fursin foram a correr casar-se ao som das sirenes de raides aéreos.

"Foi muito assustador", disse na quinta-feira à CNN Arieva, que casou com o companheiro no mosteiro de São Miguel, em Kiev.

"Devia ser o momento mais feliz das nossas vidas, mas, quando saímos à rua, é aquilo que ouvimos", disse Arieva, que trabalha na Câmara de Kiev.

O casal planeava casar-se a 6 de maio e comemorar num restaurante com um “terraço muito, muito giro” com vista sobre o rio Dniepre, disse Arieva.

“Seríamos só nós, o rio e as luzes bonitas”, disse a rapariga de 21 anos.

Mas tudo isso mudou quando o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou, ao início de quinta-feira, uma "operação militar" na Ucrânia, e a ofensiva começou horas antes da madrugada com uma série de ataques de mísseis, estendendo-se rapidamente a toda a zona central e oriental da Ucrânia, à medida que as forças russas atacavam o país de três lados.

“Vamos lutar pelo nosso país.”

O casal, que se conheceu em outubro de 2019 numa manifestação no centro de Kiev, decidiu casar-se porque não sabe o que o futuro lhes reserva.

"A situação é difícil. Vamos lutar pelo nosso país", disse Arieva. "Podemos vir a morrer, por isso, queremos estar juntos antes disso."

Após o casamento, Arieva e Fursin de 24 anos, engenheiro de software, prepararam-se para ir ao Centro de Defesa Territorial local para juntarem esforços para defender o seu país.

"Temos de o proteger. Temos de proteger as pessoas que amamos e o país onde vivemos", disse Arieva. "Espero que corra tudo bem, mas farei o que for preciso para proteger o meu país.”

Arieva não sabe que tarefa lhes será atribuída.

"Talvez apenas nos deem armadura e nos mandem ir lutar. Ou talvez ajudaremos com outra coisa. Eles é que decidem”, disse ela.

Arieva descreveu o marido como “o seu melhor amigo no mundo" e diz que espera que um dia possam celebrar o seu casamento como deve ser.

"Talvez a Rússia deixe o nosso país e possamos celebrar normalmente", disse Arieva. "Só espero que volte tudo ao normal e voltemos a ter o nosso país, seguro e feliz, sem os russos aqui.”

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