Israel pede suspensão da divulgação de relatório "antissemita" da Amnistia Internacional

Agência Lusa , DCT
31 jan 2022, 17:38
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Yair Lapid

A Amnistia Internacional “não é uma organização de direitos humanos, mas uma organização radical que ecoa propaganda sem fazer uma análise séria”, acusa o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Yair Lapid, classificou esta segunda-feira como “antissemita” e “falso” o relatório que a Amnistia Internacional prevê publicar na terça-feira descrevendo Israel como um “Estado de apartheid".

O relatório nega o direito do Estado de Israel de existir como Estado-nação do povo judeu. A sua linguagem extremista e a distorção do contexto histórico foram projetadas para demonizar Israel e adicionar lenha à fogueira do antissemitismo”, afirmou Lapid, em comunicado.

O relatório, que será apresentado na terça-feira em Jerusalém Oriental ocupada pela secretária-geral da Amnistia Internacional, Agnès Callamard, tem como tema a relação das autoridades israelitas com os palestinianos.

A Amnistia Internacional “não é uma organização de direitos humanos, mas uma organização radical que ecoa propaganda sem fazer uma análise séria”, acusou o ministro israelita, afirmando que, “em vez de procurar os factos, a Amnistia cita mentiras espalhadas por organizações terroristas”.

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, o conteúdo do relatório “consolida e recicla mentiras, inconsistências e alegações infundadas provenientes de conhecidas organizações de ódio anti-israelitas”, sendo que Israel “rejeita veementemente todas as falsas acusações”.

Israel não é perfeito, mas é uma democracia comprometida com o direito internacional e aberta ao escrutínio, com imprensa livre e um Supremo Tribunal forte”, defendeu Lapid. “Ao publicar este relatório falso, a Amnistia está a usar padrões duplos de julgamento e a demonizar para deslegitimar Israel. Estes são os exatos componentes que compõem o antissemitismo moderno”, disse.

O ministério israelita defendeu que “a delegação britânica da Amnistia Internacional” é conhecida por “estar corrompida pelo racismo e pela xenofobia, e o secretário-geral da organização já acusou Israel, sem fundamentos nem provas, de assassinar Arafat”.

O Governo israelita lembrou ainda a comemoração do Dia em Memória do Holocausto, assinalado em 27 de janeiro, e avisou que “o antissemitismo não faz parte apenas da História, mas, infelizmente, também da realidade atual”, referindo-se ao documento a divulgar pela Amnistia Internacional.

No fim de semana passada, judeus foram atacados em Londres simplesmente por serem judeus. O relatório da Amnistia servirá efetivamente como uma ‘luz verde’ para os perpetradores e para outros que queiram prejudicar não apenas Israel, mas judeus em todo o mundo”, denunciou o ministério, pedindo à organização humanitária que suspenda a publicação do relatório.

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