Companhias aéreas europeias esperam recuperar este verão 100% do tráfego pré-pandemia

Agência Lusa , MBM
27 mar 2023, 16:00
Aviões Lufthansa (Picture Alliance/ Getty Images)

Depois das perturbações do verão passado a indústria da aviação aprendeu lições e está melhor preparada assegura a Airlines for Europe

 Airlines for Europe (A4E), uma das maiores associações de companhias aéreas na União Europeia (UE), disse esta segunda-feira prever que, na temporada de verão da aviação que agora começa, seja possível atingir 100% do tráfego pré-pandemia, pelos “bons sinais”.

“Os membros da A4E continuam a ver a procura por viagens aéreas à medida que nos dirigimos para o verão e, embora ainda não tenhamos recuperado completamente os níveis de tráfego de 2019, […] os sinais são bons e prevê-se que este ano estaremos muito mais perto dos 100% do tráfego pré-covid-19”, indica a associação, numa resposta escrita segunda-feira enviada à Lusa.

Acresce que “alguns membros da A4E já ultrapassarão os níveis de tráfego de 2019”, aponta a organização que representa 70% do tráfego aéreo europeu.

Dados da Eurocontrol, organização pan-europeia de apoio à aviação, revelam que, entre 15 a 21 de março, estavam a ser realizados, em média, cerca de 24 mil voos por dia, mais 4% do que na semana anterior e 88% dos níveis de 2019.

Apesar dos recentes efeitos no setor aeronáutico das greves francesas provocada pela reforma da lei das pensões, causando cancelamentos e atrasos, os dados da Eurocontrol revelam que quatro companhias aéreas que operam na UE estavam, entre 15 a 21 de março, já a operar “muito acima dos níveis de 2019”, como é o caso da Wizz Air (39%), Ryanair (+13%), Turkish Airlines (+6%) e Vueling (+5%).

Questionada sobre eventuais impactos do contexto económico-político neste verão, numa altura em que arranca a temporada alta da aviação, a A4E admite existir “uma série de desafios que poderão ter um impacto na procura, pelo que as companhias aéreas não tomarão nada por garantido”, nomeadamente devido à inflação, crise energética e tensões geopolíticas.

“Como vimos ao longo dos últimos anos, os acontecimentos podem mudar rapidamente, mas os sinais são bons”, destaca, ainda assim.

Já quando questionada sobre eventuais disrupções operacionais este verão, à semelhança do que aconteceu em 2022, a A4E garante que “as companhias aéreas estão numa posição muito melhor e toda a indústria aprendeu as lições”.

A associação realça que “muitas companhias aéreas começaram a recrutar muito mais cedo para o verão”, estando também “a trabalhar em estreita colaboração com parceiros para garantir que […], quando existem quaisquer problemas, estes possam ser resolvidos coletivamente”.

“Claro que há sempre variáveis fora do nosso controlo, por exemplo, quando se trata de controladores aéreos, mas do lado das companhias aéreas, estamos preparados e não temos razões para acreditar que haverá uma repetição da perturbação do verão passado”, assegura a A4E à Lusa.

As companhias aéreas representadas pela A4E foram afetadas pelas disrupções verificadas no verão de 2022, causadas por uma procura acima do esperado, falta de pessoal devido aos despedimentos durante a pandemia de covid-19 e situações como greves de tripulação ou de controladores aéreos e falta de infraestruturas.

O setor da aviação foi um dos mais afetados pela pandemia, tendo as companhias aéreas membros pela A4E perdido cerca de 500 milhões de passageiros entre 2020-2021 em comparação com 2019 e despedido 150 mil funcionários.

Criada em 2016, a A4E tem como membros 16 companhias aéreas que operam na UE como o grupo Air France-KLM, easyJet, grupo Lufthansa, Ryanair, TAP Air Portugal, TUI, entre outras, que no total transportam habitualmente mais de 720 milhões de passageiros por ano, operando mais de 3.000 aeronaves e gerando mais de 130 mil milhões de euros de volume de negócios anual.

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