O PS diz que “é do conhecimento geral que o aumento do volume de tráfego vai ampliar o ruído, a poluição atmosférica, os movimentos de tráfego bem como o risco de acidente aéreo”
O PS pediu esta quinta-feira a audição parlamentar urgente de várias entidades sobre o aumento de voos noturnos em Lisboa, entre as quais o presidente da Câmara de Lisboa e os governantes com as pastas do Ambiente e das Infraestruturas.
No requerimento que deu entrada na comissão parlamentar de Ambiente e Energia, o PS justifica o pedido de audição urgente de oito entidades “tendo em conta a importância e urgência do tema” e com o objetivo de “obter toda a informação e explicações técnicas e políticas e um cabal esclarecimento sobre o aumento do número de voos noturnos no Aeroporto Humberto Delgado”.
Os socialistas querem ainda abordar nessas audições “a necessária Avaliação de Impacto Ambiental para o aumento do número de voos” no aeroporto de Lisboa.
Da lista de audições pedidas fazem parte o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho ou o presidente da Câmara de Lisboa, o social-democrata Carlos Moedas.
Em termos de autarcas, o PS ainda ouvir os presidentes das câmaras de Vila Franca de Xira e de Loures, os socialistas Fernando Paulo Ferreira e Ricardo Leão, respetivamente.
Das audições urgentes pedidas faz ainda parte a Associação Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, a vogal do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente, Ana Teresa Perez, e o presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa de Ambiente, José Pimenta Machado.
“Se é certo que foi aprovada uma resolução do Conselho de Ministros que prevê o aumento do volume de tráfego até à entrada em funcionamento do novo aeroporto, o plano de ação de ruído em consulta publica, ignora, desvaloriza ou desconsidera que tal alargamento vai acontecer no seu horizonte temporal de plano”, pode ler-se no requerimento.
Segundo o PS, “é do conhecimento geral que o aumento do volume de tráfego vai ampliar o ruído, a poluição atmosférica, os movimentos de tráfego bem como o risco de acidente aéreo”.
Na quarta-feira, a Câmara de Lisboa defendeu, através de uma moção aprovada por unamidade em reunião pública, a necessidade de reduzir o número de movimentos por hora do Aeroporto Humberto Delgado, recusando qualquer aumento da capacidade aeroportuária e afirmando que as obras de expansão, aprovadas pelo atual Governo, "são inaceitáveis".
Em causa está uma decisão do atual Governo PSD/CDS-PP, através de uma resolução do Conselho de Ministros, para aumentar a capacidade aeroportuária no aeroporto, em número de movimentos por hora, de 38 para 45, e em número de passageiros, de 33,6 milhões para entre 40 a 45 milhões.
“Não me revejo na grande parte da linguagem desta moção, sobretudo no seu preâmbulo e sobretudo numa certa defesa ou proteção do Governo anterior, mas a bem dos lisboetas aceitei realmente e dei muitos passos para que possamos ter esta moção conjunta”, declarou o presidente da Câmara de Lisboa.
Carlos Moedas referiu que “foi o Governo anterior (PS) que decidiu 72 movimentos por hora, quando hoje temos 38” na Área Terminal de Lisboa, que inclui o AHD, Montijo, Cascais e outros pequenos aeroportos da região, “portanto este Governo diminuiu esse número de movimentos”.