Biden enervou-se em telefonema com Zelensky após constantes pedidos de ajuda

Agência Lusa , AG
31 out 2022, 23:51
Volodymyr Zelensky e Joe Biden (Evan Vucci/AP)

Situação ocorrida em junho foi um momento tenso, mas o presidente norte-americano garantiu o apoio a Kiev

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, teve de levantar a voz ao seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa conversa telefónica em junho, pelos seus constantes pedidos de ajuda, sem mostrar gratidão, adianta a NBC News.

Na ocasião, Biden havia autorizado uma ajuda militar à Ucrânia, no valor de mil milhões de dólares (cerca do mesmo valor em euros), mas Zelensky retorquiu com uma lista de pedidos adicionais, que alegadamente fizeram o chefe de Estado norte-americano perder a calma, segundo fontes familiarizadas com o assunto.

O presidente dos Estados Unidos defendeu então a generosidade da sua Administração e do Exército e da população norte-americana, exigindo mais gratidão do líder ucraniano, com quem sempre afirmou publicamente manter uma relação próxima.

Zelensky terá decidido, após o diálogo tenso, trabalhar para aliviar os atritos. No dia do telefonema, segundo fontes, o chefe de Estado da Ucrânia agradeceu a ajuda de Washington.

Por sua vez, Biden reiterou que não deixaria de ajudar Kiev “enquanto lutam pela liberdade”.

O presidente norte-americano opõe-se cada vez mais no Congresso à aprovação de mais apoio para Ucrânia, numa altura em que Zelensky pede mais ajuda militar – principalmente de sistemas de defesa antiaérea – para enfrentar os constantes ataques russos.

O interesse e a preocupação com o conflito russo-ucraniano também estão a perder pontos percentuais entre os norte-americanos, de acordo com investigações.

Aqueles que estão muito ou extremamente preocupados com a guerra caíram de 55% para 38% em menos de cinco meses, segundo uma sondagem recente do Pew Research Center.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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