Zelensky diz que a Ucrânia foi "deixada sozinha" a combater a Rússia e que ninguém a quer na NATO

24 fev 2022, 23:55
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky

Presidente ucraniano falou ao país no final do primeiro dia de invasão russa. Um discurso em que apontou o dedo à comunidade internacional pela passividade demonstrada relativamente à ocupação de um Estado soberano

Visivelmente cansado, Volodymyr Zelensky falou ao país, e também ao mundo que assiste à invasão russa, para fazer o balanço do primeiro dia de combates, que terminou com 137 mortos, entre militares e civis, e mais de 300 feridos.

O presidente diz que a Ucrânia foi "deixada sozinha" a combater a Rússia, denunciando ainda a presença de "grupos de sabotagem russos" em Kiev.

Não importa quantas conversas tive com líderes estrangeiros, ouvi algumas coisas. A primeira é que somos apoiados. Sou grato a cada um que nos ajuda concretamente, não apenas com palavras. A segunda é que fomos deixados sozinhos a defender o nosso país. Quem está pronto para lutar connosco? Honestamente, não vejo."

Zelensky disse também que ele e a sua família são os principais alvos das forças invasoras russas.

"De acordo com a informação disponível, o inimigo marcou-me como o alvo número um e a minha família como o alvo número dois. A Rússia quer destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado. Vou permanecer na sede do governo, juntamente com o restante gabinete", afirmou.

Na declaração ao país, Volodymyr Zelensky disse ainda que os membros da NATO "têm medo" de apoiar a adesão da Ucrânia à organização e que hoje mesmo questionou os líderes dos 27 sobre esta possibilidade, não tendo recebido resposta.

"Hoje perguntei aos 27 líderes da Europa se a Ucrânia estará NATO, perguntei diretamente. Todos têm medo, não respondem. Mas nós não temos medo, não temos medo de nada", garantiu.

Esta quinta-feira o presidente ucraniano decretou a mobilização geral da população. O decreto foi assinado hoje e terá a duração de até 90 dias a partir da sua entrada em vigor.

As autoridades ucranianas avisaram também a população que os homens com idade entre os 18 e os 60 anos estão proibidos de deixar a Ucrânia ao abrigo da lei marcial.

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