Maior construtor automóvel europeu quer também reduzir salários em 10%
A Volkswagen quer fechar pelo menos três fábricas na Alemanha, eliminar milhares de postos de trabalho e reduzir os salários em 10%, informou esta segunda-feira a principal representante dos trabalhadores da empresa, segundo o Financial Times.
A confirmar-se, a reestruturação da empresa marcará o primeiro encerramento de fábricas em 87 anos de história na Alemanha, onde tem dez fábricas e 300.000 trabalhadores.
As restantes fábricas terão de ser redimensionadas, informou ainda a empresa à comissão de trabalhadores.
“Todas as fábricas na Alemanha estão em perigo. Ninguém entre nós se pode sentir seguro”, alertou Daniela Cavallo.
A venda de carros novos na UE caiu 18,3% em agosto, com a Volkswagen a registar a maior queda. E à queda nas vendas junta-se a forte concorrência chinesa no mercado de veículos elétricos.
Para já, a informação é avançada apenas pela comissão de trabalhadores, com a Volkswagen a dizer apenas que não comenta "especulações sobre conversações confidenciais com a IG Metall [o maior sindicato metalúrgico do mundo) e a comissão de trabalhadores".
A líder da comissão de trabalhadores, Daniela Cavallo, disse aos funcionários reunidos na principal fábrica em Wolfsburgo que deu dois dias à empresa para reverter os seus planos,
Daniela Cavallo, líder da comissão de trabalhadores da VW, disse aos trabalhadores reunidos na principal fábrica da empresa em Wolfsburg que deu à empresa dois dias para reverter os seus planos, ameaçando ainda com a realização de greves.
Segundo a responsável, o CEO da VW, Oliver Blume, está “a jogar com o enorme risco de interrompermos as negociações e fazermos o que uma força de trabalho tem de fazer quando teme pela sua existência”.
Na quarta-feira terá lugar uma segunda ronda de negociações entre a direção e os representantes dos trabalhadores.