Quem são e o que querem os cibercriminosos? Conheça os três tipos de atacantes

8 fev 2022, 12:28
Ciberataque

Os cibercriminosos podem ter objetivos muito diversos e várias dimensões

A Vodafone foi segunda-feira à noite alvo de um "ciberataque deliberado e malicioso com o objetivo de causar danos e perturbações" na noite de segunda-feira. Quatro milhões de clientes foram afetados, segundo disse esta terça-feira, em conferência de imprensa, Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal.

A CNN Portugal falou com Rui Duro, da Checkpoint Software Portugal, sobre o cibercrime desta dimensão. Para este especialista existem três tipos de atacantes:

  • Os governos (por exemplo, se a Rússia quiser atacar a Ucrânia "vai certamente atacar as suas redes elétricas, bancárias, etc.");
  • Os ciberativistas (que geralmente "querem só chamar a atenção para um determinado assunto" e atacam grupos económicos, petrolíferas, empresas de energia, etc.);
  • Cibercriminosos - que podem trabalhar isoladamente ou podem ser organizações criminosas (e são estas que têm crescido nos últimos tempos);

Os cibercriminosos podem ter objetivos muito diversos, desde roubar dados pessoais para depois os venderem, encriptar sistemas para depois pedirem resgates ou destruir os sistemas. Mas em todos os casos sabemos que há um objetivo de lucro por trás.

"Estas redes criminosas vivem através de um modelo de negócio bastante maduro, usam estes ataques para angariar dinheiro", afirma também Bruno Castro, da empresa Visionware. "São redes altamente profissionais e tipicamente não têm uma geografia associada, trabalham world wide. Aquela imagem daquele miúdo, hacker, que está em casa escondido está ultrapassada. Estas redes existem para angariar dinheiro, direta ou indiretamente. Podem fazer pedidos de resgate para recuperar informação ou para não divulgar informação, podem fazer fraude bancária direta ou  ações semelhantes, podem reutilizar ou vender informação, porque ela é valiosa."

"Uma coisa sabemos: o mundo não vai andar para trás, estamos cada vez mais dependentes dos sistemas informáticos e, por isso, sabemos que haverá cada vez mais cibercrimes", diz Rui Duro. "Assim como os bancos ao início eram assaltados e agora são seguros, também temos que aprender a lidar com o cibercrime. É o mundo que temos e não vai mudar. Temos que trabalhar para termos sistemas mais seguros e isso é possível mas toda a gente tem que assegurar o seu papel, incluindo o Governo."

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