"A Ucrânia certamente receberá uma resposta digna". Putin admite avanços de Kiev mas promete resposta - e colocou um travão às negociações

CNN Portugal , DCT
12 ago, 16:12
Vladimir Putin

Presidente russo acusa Kiev de estar “a cumprir” a vontade “dos mestres ocidentais” e de tentar “desestabilizar” o povo russo. Seis dias depois de a Ucrânia ter dado início a uma surpreendente incursão em território russo, e no dia em que avança na segunda região, Putin falou. E prometeu ação

Vladimir Putin promete responder às incursões ucranianas em território russo e que já levaram a evacuações em Kursk e Belgorod. Numa declaração após uma reunião com o Conselho de Segurança, o presidente russo prometeu uma resposta às investidas ucranianas - “é preciso esmagá-las” - e dá a entender que não há negociações de paz possíveis a curto prazo.

“Mas sobre que tipo de negociações podemos conversar com pessoas que atacam indiscriminadamente civis, infraestruturas civis ou tentam criar uma ameaça às instalações de energia nuclear?”, questionou o presidente russo. Embora tenha admitido que Kiev está, com estas investidas, a fortalecer a sua posição negocial, Putin disse que é inútil levar a cabo qualquer tipo de negociações neste momento.

“Agora está claro porque é que o regime de Kiev recusou as nossas propostas de regresso a um plano de resolução pacífica, bem como as propostas de mediadores interessados ​​​​e neutros. Aparentemente, o inimigo, com a ajuda dos mestres ocidentais, está a cumprir as suas vontades”, disse, segundo cita a RIA.

Putin acusa a Ucrânia de estar a tentar “desestabilizar” e a “semear discórdia” entre os russos, sobretudo nas regiões fronteiriças onde tem conquistado terreno. “Se hoje a região de Bryansk está relativamente calma, isso não significa que amanhã esteja na mesma situação”, atirou o presidente ursso.

O presidente russo, que prometeu uma avaliação ao que acontece no terreno, garantiu que “a Ucrânia certamente receberá uma resposta digna” a estas incursões e garante que “o ritmo” das tropas de Moscovo “não só não diminui, como, pelo contrário, aumentou uma vez e meia”.

A operação militar da Ucrânia, aparentemente "bem planeada", de acordo com os analistas, surpreendeu as defesas russas, que não esperavam um ataque naquela direção. Contudo, segundo o Moscow Times, vários bloggers militares russos estão a acusar o Ministério da Defesa de negligência, como é o caso de Anastasia Kashevarova que recorreu ao Telegram para dizer que "o exército russo sabia que os ucranianos iriam atacar Kursk...mas não fizeram nada".

As declarações de Vladimir Putin surgem horas depois de Volodymyr Zelensky ter admitido, pela primeira vez, a entrada terrestre de tropas de Kiev em território russo e que já levou à retirada de milhares de russos de regiões fronteiriças.

Relacionados

Europa

Mais Europa

Patrocinados