Duas horas de conversa e um tratado que prevê mútua conjunta em caso de agressão
Há um “novo nível” de cooperação entre Rússia e Coreia do Norte. Uma cooperação que é formal, mas também informal. Tanto assim é que um dos últimos atos da visita de Vladimir Putin a Pyongyang acabou com o presidente russo a conduzir uma luxuosa limusina de fabrico russo – e no lugar do pendura ia o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Iam os dois contentes, afinal tinham acabado de fortalecer uma aliança, eles que são líderes de dois países altamente isolados, embora com graus e poderes diferentes no teatro mundial.
De uma visita que não acontecia há 24 anos, e que teve as mais altas honras militares, como seria de esperar, Putin e Kim assinaram um acordo de parceria abrangente, que também inclui proteção militar mútua, ainda que não tenha nenhum inimigo como destino – mesmo que a visita tenha começado com fortes palavras do presidente russo contra os Estados Unidos.
Foi o que saiu de duas horas de conversa em que ambos se reuniram com as suas comitivas, a meio de um encontro onde houve espaço para ofertas luxuosas e para fanfarra à antiga na principal via de Pyongyang.
O acordo, assinado com um fundo preenchido de bandeiras russas e norte-coreanas, prevê uma ajuda militar mútua em caso de agressão a qualquer um dos lados.
É aquilo a que Kim chamou de “nova aliança a um alto nível”, reforçando uma parceria histórica entre dois países que já têm trocado informações e armas recentemente.
Apesar da retórica muitas vezes belicista, ambos os líderes garantiram que este novo acordo é visto de uma perspetiva defensiva e pacífica, sendo que Putin defendeu o direito da Coreia do Norte se defender e Kim reiterou que a guerra lançada pela Rússia na Ucrânia é legítima.
Putin segue agora para o Vietname, mais abaixo, onde vai tentar expandir a rede de contactos. Kim fica na Coreia do Norte, confirmando que está, apesar de tudo, bem mais isolado que o mais recente visitante.