Como é possível ser-se competente numa festa?
Uma das coisas que ainda não foi estudada em toda a sua dimensão passa por perceber como é possível ser-se competente numa festa.Como é possível?
No trabalho é fácil percebê-lo. No papel que se tem no seio de uma família também é possível. No cuidado que se dá à saúde, sem dúvida.
Agora numa festa: como é possível?
Uma pessoa veste roupas leves e confortáveis, enche o peito de entusiasmo e a cabeça de bom humor, deixa o espírito ir até onde for possível e fica sem ânimo para pensar em mais nada. Muito menos em ser competente, seja lá o que isso for.
Foi mais ou menos o que aconteceu este domingo ao Benfica. O Estádio da Luz cobriu-se com 52 325 e uma euforia própria de quem esperava o melhor de uma festa.
Gritou-se, cantou-se e saltou-se. Fizeram-se coreografias e a onda mexicana.
Os jogadores cobriram o cabelo de vermelho e a cara de selos: ambos com uma tinta que, como o choco poderá explicar melhor do que eu, é coisa para trocar as ideias a qualquer um.
Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores
Ora por isso houve demasiada festa para se pensar que aquilo que se passava no relvado ainda era trabalho: não era, era outra coisa muito diferente. Era divertimento puro. Por isso, como qualquer rapaz num jogo de amigos, o Benfica esvaziou a tarde de pressão e encheu-a de erros. Passes mal feitos, perdas de bola, falta de velocidade. Havia apenas onzes homens e uma bola.
O V. Setúbal aproveitou este estado de alma para entrar a ameçar e nos primeiros minutos ficou perto do golo por duas vezes. Depois percebeu que estava a ser impertinente e recuou para a defesa.
Jorge Jesus não deu descanso a tanta gente como se pensava, mas poupou por exemplo Garay, Rodrigo e Markovic, enquanto Enzo Perez, Lima e Gaitán haveriam de entrar só na segunda parte.
O Benfica estava longe de ser uma equipa de segundas linhas, mas também não era o onze mais forte que podia ser. Entre jogadores sem confiança e outros sem vontade, a primeira parte passou sem merecer grandes retóricas para além daquela que já se fez: houve muita festa.
A segunda parte, sim, foi mais interessante. Jesus trocou Djuricic por Lima e o Benfica melhorou. Aproximou-se da baliza de Kieszek e marcou cedo, aos 57 minutos, numa jogada em que André Gomes combinou com Cardozo e finalizou dentro da área.
Um golo que teve um mérito enorme: invalidou desde já que o Benfica seja o primeiro campeão sem golos portugueses, o que ameaçava ser um factor de ruído desnecessário numa época tão avassalorada como foi esta.
Ora por isso houve demasiada festa para se pensar que aquilo que se passava no relvado ainda era trabalho: não era, era outra coisa muito diferente. Era divertimento puro. Por isso, como qualquer rapaz num jogo de amigos, o Benfica esvaziou a tarde de pressão e encheu-a de erros. Passes mal feitos, perdas de bola, falta de velocidade. Havia apenas onzes homens e uma bola.
O V. Setúbal aproveitou este estado de alma para entrar a ameçar e nos primeiros minutos ficou perto do golo por duas vezes. Depois percebeu que estava a ser impertinente e recuou para a defesa.
Jorge Jesus não deu descanso a tanta gente como se pensava, mas poupou por exemplo Garay, Rodrigo e Markovic, enquanto Enzo Perez, Lima e Gaitán haveriam de entrar só na segunda parte.
O Benfica estava longe de ser uma equipa de segundas linhas, mas também não era o onze mais forte que podia ser. Entre jogadores sem confiança e outros sem vontade, a primeira parte passou sem merecer grandes retóricas para além daquela que já se fez: houve muita festa.
A segunda parte, sim, foi mais interessante. Jesus trocou Djuricic por Lima e o Benfica melhorou. Aproximou-se da baliza de Kieszek e marcou cedo, aos 57 minutos, numa jogada em que André Gomes combinou com Cardozo e finalizou dentro da área.
Um golo que teve um mérito enorme: invalidou desde já que o Benfica seja o primeiro campeão sem golos portugueses, o que ameaçava ser um factor de ruído desnecessário numa época tão avassalorada como foi esta.
A figura: André Gomes, finalmente um golo em português
Curiosamente o golo não mudou o Benfica, que continuou no mesmo registo descontraído. Por isso o V. Setúbal foi à procura do golo, atirou à trave num excelente momento de futebol (Tiba deu de letra para Paulo Tavares rematar) e marcou mesmo num penálti indiscutível.
O que sem dúvida veio trazer mais justiça à exibição encarnada.
O Benfica celebrou desta forma a conquista do título e do apuramento para a final da Liga Europa com um empate inédito este ano no campeonato (o último empate caseiro foi com o Arouca em dezembro) e uma exibição cinzenta. Mas pelo menos a festa foi bonita... e e enorme.
Voltando ao início, ainda está para se compreender como é possível ser competente numa festa.
Curiosamente o golo não mudou o Benfica, que continuou no mesmo registo descontraído. Por isso o V. Setúbal foi à procura do golo, atirou à trave num excelente momento de futebol (Tiba deu de letra para Paulo Tavares rematar) e marcou mesmo num penálti indiscutível.
O que sem dúvida veio trazer mais justiça à exibição encarnada.
O Benfica celebrou desta forma a conquista do título e do apuramento para a final da Liga Europa com um empate inédito este ano no campeonato (o último empate caseiro foi com o Arouca em dezembro) e uma exibição cinzenta. Mas pelo menos a festa foi bonita... e e enorme.
Voltando ao início, ainda está para se compreender como é possível ser competente numa festa.