Vírus da Zona: o impacto no SNS e na vida dos portugueses

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30 abr, 10:55
zona

A doença custa milhões de euros anualmente ao Serviço Nacional de Saúde e pode afetar um em cada três cidadãos ao longo da vida, mesmo os que se sentem saudáveis.

A Zona afeta milhares de portugueses todos os anos. Apesar de poder surgir em qualquer idade, a sua incidência aumenta significativamente a partir dos 50 anos, podendo levar a perda de autonomia e ter um impacto significativo na população. Esta doença, que deriva do mesmo vírus da varicela, pode permanecer inativa no organismo durante décadas e reativar-se inesperadamente, causando sintomas dolorosos e debilitantes.

Mas, afinal, o que é a zona? Ricardo Silva, médico de Medicina Geral e Familiar, esclarece: “A Zona é também conhecida como cobrão. O nome técnico é Herpes Zoster. Herpes vem do grego ‘herpini’, que significa rastejante, e Zoster é cinturão, ou seja, a zona é um vírus que dá origem a umas borbulhas (erupção vesicular), que rastejam ao longo do curso do nervo em forma de cinturão. Pode aparecer em todo o corpo”, mas é mais comum na zona lombar.

Inicialmente, manifesta-se através de um formigueiro ou ardor numa zona específica do corpo, evoluindo para uma erupção cutânea intensa e dolorosa “que causa comichão e dor”. Para muitos doentes, o verdadeiro impacto surge após a cicatrização das lesões, quando a dor persiste por semanas, meses ou até anos, comprometendo a qualidade de vida.

Quais são as consequências para os doentes?

A dor intensa e prolongada é uma das consequências mais debilitantes da Zona, interferindo significativamente na rotina diária, no bem-estar emocional e na produtividade dos doentes. A nevralgia pós-herpética, uma complicação comum, pode comprometer a qualidade do sono, limitar a mobilidade e afetar a saúde mental, contribuindo para quadros de ansiedade e depressão.

Apesar destes impactos, a perceção pública sobre a gravidade da doença permanece baixa. Um inquérito internacional realizado em nove países, incluindo Portugal, revelou que mais de metade das pessoas desconhece a doença, e 40% não se considera em risco de desenvolver Zona. Este desconhecimento pode levar à subvalorização dos sintomas e ao atraso na procura de assistência médica e soluções de prevenção.

Normalmente, os sintomas melhoram passadas algumas semanas, mas alguns doentes sofrem de dor crónica ou outras complicações que podem durar meses ou até anos. A complicação mais comum da Zona (30 % dos casos) é a Nevralgia Pós-Herpética, caracterizada por uma dor incapacitante que pode durar de 3 a 6 meses, podendo em alguns casos persistir durante vários anos. Outras complicações podem incluir, alterações da pele, envolvimento dos olhos com potenciais complicações, problemas de audição, entre outras.
 

A doença custa milhões de euros todos os anos ao país

A Zona não representa apenas um desafio individual, mas também um peso significativo para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). De acordo com um estudo apresentado no final do ano passado, no Encontro de Outono da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), entre julho de 2023 e junho de 2024, cerca de 63 mil adultos em Portugal foram diagnosticados com Herpes Zoster, dos quais 67% tinham mais de 50 anos.

O custo médio de uma consulta em ambulatório relacionada com a doença ronda os 114,60 euros, resultando num impacto financeiro anual de aproximadamente 7,3 milhões de euros. Em casos mais graves, que exigem hospitalização, o custo médio por doente ultrapassa os 3.000 euros, com uma estada hospitalar média de quase duas semanas. 

Além disso, as perdas económicas associadas ao absentismo laboral devido à Zona são estimadas em 2,4 milhões de euros anuais, elevando o impacto económico total para mais de 10 milhões de euros.

A prevenção continua a ser a melhor solução

A prevenção desempenha um papel fundamental na redução dos casos graves e na mitigação do impacto da Zona no SNS. A aplicação de atos preventivos  tem demonstrado um potencial significativo para evitar que muitos portugueses afetados recorram a cuidados de saúde devido à doença. 

A prevenção desta doença passa não só por manter um estilo de vida saúdável através de uma alimentação equilibrada, exercício físico, redução de stress e bons hábitos de sono, como também através da vacinação, a forma mais eficaz de prevenção da zona.

Ricardo Silva explica que nunca é tarde demais para se recorrer à vacinação, pois, “se se estiver vacinado, há menos probabilidades de vir a ter” esta doença. Se um doente for diagnosticado com Zona e nunca tiver sido vacinado, pode e deve fazê-lo após o tratamento e resolução da infeção aguda, “porque fica mais protegido de ter uma reativação”, reforça o médico. 

Reduzir a incidência da Zona significa aliviar a pressão sobre os serviços de saúde, diminuir os custos associados a consultas e hospitalizações e melhorar a qualidade de vida dos doentes. Especialistas e doentes têm apelado ao Governo para incluir a vacina contra a Zona no Programa Nacional de Vacinação, sublinhando os benefícios tanto para a população como para a sustentabilidade do SNS.

A sensibilização para a gravidade da Zona e as suas consequências é essencial. A população deve ser incentivada a procurar informação junto dos profissionais de saúde, esclarecer dúvidas e considerar as opções preventivas disponíveis.
A adoção de medidas preventivas pode fazer a diferença na vida de milhares de portugueses, garantindo não só a proteção individual, mas também um impacto positivo na eficiência dos recursos de saúde públicos. Para mais informações sobre a doença e as formas de prevenção, consulte o seu médico e a plataforma www.porumavidainteirapelafrente.pt.

Com o apoio da GSK.

Referências:

  1. Helmuth IG, Poulsen A, Suppli CH, Mølbak K. Varicella in Europe—A review of the epidemiology and experience with vaccination. Vaccine. 2015;33 (21):2406–13.
  2. Luis JG et al, Rev Port Med Geral Fam 2021;37:446-5.
  3. Johnson R et al. Herpes zoster epidemiology, management, and disease and economic burden in Europe: A multidisciplinary perspective. Ther Adv Vaccines. 2015; Vol.3(4) 109–120.
  4. Harpaz R, et al. MMWR Recomm Rep. 2008 June;57(RR-5):1-30.
  5. IPSOS on behalf of GSK. Shingles Awareness Week 2025 Survey (Brazil, China, Germany, India, Ireland, Italy, Japan, Portugal, and USA). Data on file. 2025.
  6. DH Green Book Ch 28a. Shingles. 2021. Accessed: Aug 2021.
  7. Gauthier A et al. Epidemiology and costs of herpes zoster and postherpetic neuralgia in the United Kingdom. Epidemiol Infect. 2009; 137 38-472.
  8. Silva F. et al. Poster "Landscape of Herpes Zoster Infections in Portugal", in Encontro de Outono 2024 (APMGF), Nov 21- 23 2024; Fátima, Portugal.
  9. Silva F, et al. Burden of Hospitalization Related to Adult Herpes Zoster Infection in Portugal“. Apresentado no 26º Congresso annual do International Society for Pharmacoeconomics and Outcomes Research (ISPOR-EU 2023; Nov 12- 15, 2023; Copenhaga, Dinamarca).

NP-PT-HZU-PRSR-250005, 04/2025.

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