Autoridades espanholas anunciam que caso suspeito afinal não era vírus Marburg

25 fev 2023, 16:04
Vírus Marburg (GettyImages)

Taxa de mortalidade da doença que é semelhante ao Ébola pode chegar aos 88%

Espanha anunciou, este sábado de manhã, que havia detetado o primeiro caso suspeito do vírus Marburg. Tratava-se de um homem de 34 anos que foi isolado e internado no Hospital La Fe, em Valencia. A informação foi avançada pelas autoridades de saúde da Comunidade Valenciana, mas negada pelo Ministério da Saúde espanhol, pouco antes das 16:00, em Portugal.

O paciente esteve recentemente na Guiné Equatorial, país que decretou um alerta de saúde pública no passado dia 13 de fevereiro devido a um surto, que atingiu 13 pessoas, da doença que provoca uma sintomatologia semelhante ao Ébola, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, citada pela agência Reuters.

Segundo avança o jornal El País, o Ministério da Saúde de Espanha anunciou, na sexta-feira à noite, que o homem apresenta sintomas compatíveis e o período desde a viagem para território espanhol “pode corresponder à incubação e desenvolvimento da doença”, mas após análises o resultado foi negativo.

De acordo a Organização Mundial de Saúde, o vírus Marburg tem uma taxa de mortalidade que pode chegar até aos 88%, sendo que não existe qualquer vacina ou tratamento antiviral aprovado para combater eficazmente a doença.

Na Guiné Equatorial há mais de 200 pessoas em quarentena e confinamento depois de, no dia 13 de fevereiro, ter sido detetado o primeiro caso de febre hemorrágica na província de Kie-Ntem. Também nos Camarões foram detetados dois casos suspeitos em Olamze, uma localidade transfronteiriça com a Guiné Equatorial.

Vírus Marburg: o que é e quais os sintomas? 

Com base na definição da OMS e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), Marburg é uma febre hemorrágica viral rara, altamente contagiosa quando surgem sintomas e tem um período de incubação entre cinco a 10 dias, que pode variar entre os três e os 21 dias.

A taxa de mortalidade varia entre os 24% e os 88%, dependendo da estirpe do vírus e da forma como os casos são geridos. De acordo com a OMS, a morte costuma ocorrer oito a nove dias após o doente ter contraído o vírus. 

Os sintomas começam de forma "abrupta" e podem passar por dor de cabeça intensa, febre alta (39 ºC/40 ºC), dores musculares, calafrios, diarreia, náuseas, vómitos com sangue e hemorragias, muitas delas graves. Os sintomas gastrointestinais surgem nos primeiros dois a cinco dias.

Também já surgiram casos com erupção cutânea, sem comichão, na zona do peito, barriga e costas. 

Sabe-se que são morcegos-da-fruta - Rousettus aegyptiacus - os responsáveis pela transmissão do vírus aos humanos, mais concretamente aqueles que trabalham em minas ou cavernas onde habita esta espécie. 

Já entre humanos o vírus transmite-se através de fluídos corporais - sangue, saliva ou urina -, superfícies e materiais infetados, como roupa, lençóis ou equipamento médico. Não é uma doença que se transmite pelo ar. 

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